A liderança de Crivella, candidato da Igreja Universal do Reino de Deus, já incomoda setores da Igreja Católica. Evangélico tem 42% das intenções de votos.
Candidato à reeleição pelo Rio de Janeiro, o senador Marcelo Crivella (PRB) se mantém na liderança da corrida por uma das vagas em disputa no Senado. Segundo pesquisa Datafolha divulgada ontem, Crivella tem 42% das intenções de voto, 11 pontos à frente do ex-prefeito do Rio, Cesar Maia (DEM), com 31%.
A liderança de Crivella, candidato da Igreja Universal do Reino de Deus, já incomoda setores da Igreja Católica no Estado, preocupados em motivar os fiéis a votar em candidatos afinados com a doutrina. Mas o senador, que ontem fez corpo a corpo no calçadão de Campo Grande, Zona Oeste, garante que sua religião não influencia o eleitorado.
“Eleição não é processo religioso. Os eleitores votam em quem confiam. Enganam-se aqueles que pensam que as pessoas votam pela religião. Essa é uma ilusão de quem não conhece nada de eleição”, alertou o senador, ressaltando estar na disputa para atender a um pedido do presidente Lula.
“Eu preferia concorrer ao Governo do Estado, mas Lula me pediu que ficasse no Senado. Segundo o presidente, um senador vale mais que três governadores”, disse Crivella.
Para Cesar Maia, a pesquisa mostra que o quadro pouco mudou nos últimos três meses. “O Datafolha deu, nos dois votos, 72% de brancos, nulos, não sabe ou não respondeu. Agora, começa a campanha”, afirmou Cesar, por e-mail, fugindo da polêmica com Crivella: “Numa campanha de duas vagas não se polemiza nem se polariza. Cada candidato deve fazer a sua campanha para não perder o segundo voto do eleitor de outro”.
O ex-prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg Farias (PT), que aparece em terceiro, com 20%, aposta na campanha de ruas e no tempo na TV e rádio, a partir de agosto, para ultrapassar Cesar e Crivella. “Sou desconhecido por até 80% dos eleitores do interior e já tenho esse patamar”, disse Lindberg.
O quarto colocado na disputa, Jorge Picciani (PMDB), que tem 12%, achou bom o resultado, por ser o menos conhecido dos quatro principais concorrentes. “Eleição é maratona e estou com fôlego para correr os 42 quilômetros”, afirmou.
Enquanto Crivella tenta evitar a mistura de religião e política, o ex-deputado estadual Carlos Dias (PT do B), que aparece com 3% das intenções de voto, aposta justamente na divisão entre fiéis. Dias, que se diz o único candidato identificado com os católicos, afirma que esse eleitor não pode dar seu voto a alguém que defenda o aborto, por exemplo. “Represento 75% do eleitorado do estado, que é católico. Só falta as pessoas saberem disso, e elas saberão”, decretou.
[b]Fonte: O Dia online[/b]