Cristãos se reúnem clandestinamente em casas na China por não poderem frequentar igrejas. (Foto: Reprodução/Ásia News)
Cristãos se reúnem clandestinamente em casas na China por não poderem frequentar igrejas. (Foto: Reprodução/Ásia News)

A igreja cristã na China está passando por “intensificação da perseguição como não se viu nos últimos 40 anos”, segundo fiéis.

Ações do Partido Comunista, como retirada de símbolos religiosos, invasão e demolição de prédios, destruição de mobiliários e proibição de determinados textos bíblicos têm sido relatadas pelos cristãos perseguidos no país.

Desde fevereiro de 2018, pelo menos 4 mil comunidades protestantes foram vandalizadas ou reprimidas em toda a China. Cristãos, principalmente os idosos, são coagidos a abandonar a fé se não quiserem perder benefícios assistenciais. Centenas de pastores foram presos, como tentativa das autoridades de reprimir as atividades religiosas.

Nesse contexto de forte repressão, capitaneada pelo regime liderado pelo presidente chinês Xi Jinping, os ambientes domésticos acabam se transformando em igrejas clandestinas, onde os cristãos se reúnem para cultuar a Deus. Quando descobertas, estas reuniões viram alvo das autoridades e são acusadas de igrejas não oficiais.

Pastoreada por Dou Shaowen, a Igreja Protestante da Rocha foi reprimida por violar os regulamentos sobre atividades religiosas. A comunidade é uma igreja doméstica não registrada que por muito tempo ficou na mira das autoridades. Dou Shaowen, pastor da Igreja da Rocha, foi condenado a um ano de prisão em 2009 por “atividades ilegais”.

O fechamento final da Igreja da Rocha ocorreu no último dia 6 de março em Zhengzhou, quando as autoridades cortaram a luz do prédio, removeram todos os sinais religiosos e lacraram a entrada.

Em 2 de janeiro, mais de 40 pastores das Igrejas Three-Self, na cidade de Ningde, na província de Fujian, sudeste da China, foram convocados pelas autoridades. Os funcionários da United Front Workshop queriam informações de registro de crentes das igrejas Three-Self que se juntaram a igrejas não controladas.

Um dos líderes de uma igreja Three-Self disse que as abordagens recorrentes do governo estão tornando a igreja uma unidade cada vez mais controlada pelo regime comunista.

Desde que os novos regulamentos para atividades religiosas foram lançados, o trabalho das comunidades protestantes estão se tornando impossível. Os novos regulamentos prevêem prisões, multas e apreensões de edifícios onde são realizadas reuniões que não são controladas por associações patrióticas, regidas pelo regime comunista.

Desde fevereiro de 2018, quando os regulamentos foram aprovados, pelo menos 4 mil comunidades protestantes foram vandalizadas ou reprimidas em toda a China. Os fechamentos estão concentrados principalmente em Zhejiang e Henan, onde há um crescimento nas conversões para o cristianismo.

A China alega que as igrejas podem funcionar, desde que sejam sinicilizadas, recebebam elementos de outras religiões como o budismo e doutrinação política. Além disso, elas precisam cumprir diversos requisitos.

Não realizar eventos religiosos em larga escala. Não aceitar doações. Não compilar, imprimir ou liberar publicações religiosas de uso interno. Não vender suprimentos religiosos, obras de arte ou publicações. Não colocar símbolos religiosos externos (cruzes, placas de nome da igreja, etc.). Não conduzir treinamentos religiosos. Não realizar atividades sociais (incluindo atividades de caridade). Não permitir que estrangeiros participem das atividades da igreja. Não aceitar doações estrangeiras.

Somente depois de completar esses requisitos, o local poderá ser autorizado a realizar reuniões.

Fonte: Guia-me com informações de Ásia News e Bitter Witer

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