A Al-Qaeda distribuiu uma ameaça de morte contra cristãos convertidos no Curdistão, informou a Coordenação para Assuntos Humanitários da Organização das Nações Unidas (ONU).
“Estamos à caça daqueles que se converteram ao cristianismo ou ao zoroastrismo porque os consideramos renegados e a punição de deus deve ser implementada com a morte deles”, anunciava um comunicado do grupo extremista islâmico distribuído no dia 22 de abril.
“A Al-Qaeda encoraja os curdos a se aliar à Mujahedin e a hastear a bandeira da Jihad (guerra santa) contra aqueles que estão ocupando o Iraque”, dizia o texto.
Sabeer Ahmed, um membro da igreja evangélica em Pishdar, na província de Sulaimaniyah, que se converteu ao cristianismo há sete meses, afirma: “Não temos medo deles. Eles são bem vindos se quiserem nos matar. Ficaremos felizes em nos tornarmos mártires e nos sacrificarmos por nossa fé.”
Um líder religioso dos iraquianos católicos, o patriarca caldeu Emmauel III, em um comunicado publicado em seu website, afirmou “que os cristãos estão sendo mortos, expulsos de suas casas sob os olhos daqueles que supostamente deveriam ser responsáveis por sua segurança”.
“Hoje os cristãos são perseguidos em um país onde qualquer um luta por seus próprios interesses”, disse o patriarca no último dia 6 de maio. Muçulmanos antigos, que vivem no norte do Iraque, na cidade de Sulaimaniyah, acreditam que a conversão de curdos ao cristianismo possui motivações econômicas.
Segundo o xeique da região, Hassan Abdullah, “os missionários cristãos têm se aproveitado da difícil situação econômica”. “Tornar-se cristão pode ser visto como uma oportunidade de sair do país, uma vez que eles podem alegar que estão sendo ameaçados e que precisam de um lugar seguro”, disse.
O padre católico de Sulaimaniyah negou que os ganhos financeiros motivem os muçulmanos a aceitarem o cristianismo. “Os jovens chegam a esta decisão depois de totalmente convencidos sobre os ensinamentos cristãos. Eles acreditam em Cristo e em nada mais”, disse.
No ano passado cerca de 500 muçulmanos curdos se converteram ao cristianismo, segundo o padre. Ele insiste, entretanto, que as ameaças da Al-Qaeda não vão deter o evangelismo cristão, seja de católicos como também de evangélicos.
Fonte: Portas Abertas