O Dalai Lama, líder espiritual dos budistas tibetanos, expressou no sábado seu apoio aos Jogos Olímpicos de Pequim, rejeitando alegações chinesas de que estava tentando sabotar a competição.

A questão surgiu depois que o Dalai Lama, que se refugiou na Índia em 1959 após uma fracassada revolta contra o regime comunista, conclamou por protestos pacíficos na China contra as regras impostas por Pequim ao Tibet, em entrevista à televisão, em janeiro.

“Sua santidade o Dalai Lama sempre apoiou os Jogos Olímpicos de Pequim e reafirma isso mais uma vez”, disse à Reuters, por telefone, o secretário do Dalai Lama, Chime Chhoekyapa.

“A entrevista a que os chineses se referem tem sido distorcida e tirada de contexto”, disse Chhoekyapa da estação indiana nas montanhas, Dharamsala, onde o Dalai Lama vive.

A principal autoridade chinesa no Tibet, Zhang Qingli, acusou na sexta-feira o Dalai Lama de “sabotagem e ameaça de causar problemas” para os Jogos Olímpicos, e de engajamento no “separatismo”.

Cinco grupos que dizem representar dezenas de milhares de exilados tibetanos estão planejando marchar da Índia ao Tibet antes da Olimpíada de Pequim para protestar contra o domínio chinês no Tibet.

Os grupos disseram que não estão procurando aprovação do Dalai Lama, que tem uma linha mais moderada e diz querer autonomia para o Tibet e não independência completa.

No sábado, o escritório do Dalai Lama disse que o líder espiritual tinha apenas pedido a organizações não-governamentais para lembrar à comunidade internacional e ao povo chinês sobre a repressão da China ao Tibet e a urgência da situação na região do Himalaia. “Na questão da Olimpíada de Pequim, é de conhecimento público que sua santidade o Dalai Lama tem consistentemente apoiado o direito da China de sediar os Jogos de 2008”, disse uma declaração emitida de Dharamsala.

Fonte: Reuters

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