Uma delegação de alto nível do Vaticano chegou hoje ao Vietnã, onde se reunirá com os líderes do país comunista com o objetivo de restabelecer relações diplomáticas após um período de 30 anos.

A visita acontece cinco semanas depois do encontro entre o primeiro-ministro vietnamita, Nguyen Tan Dung, e o Papa Bento XVI.

Há duas semanas, as autoridades do Vietnã detiveram um sacerdote católico acusado de sedição.

Monsenhor Pietro Parolin, subsecretário para Relações Exteriores do Vaticano, liderará a delegação na viagem, que durará seis dias.

Segundo a Agência de Notícias Católica, o encontro é o “próximo passo nos contínuos esforços para o restabelecimento das relações diplomáticas” entre os dois Estados.

O Vietnã suspendeu os laços com a Santa Sé em 1975, quando Hanói era amplamente hostil ao então Papa João Paulo II, que era contra os regimes comunistas.

No entanto, a reunião de passado 25 de janeiro entre o primeiro-ministro vietnamita e o novo Pontífice parece confirmar os rumores sobre um iminente reatamento de relações diplomáticas.

Parolin se reunirá hoje em Hanói com vários líderes católicos locais, como o arcebispo da cidade, Ngo Quang Kiet, e o cardeal Pham Minh Man. Os encontros com funcionários do Partido Comunista começarão a partir de amanhã, e terão como enfoque as nomeações de sacerdotes e bispos.

O Vietnã insiste em ter a última palavra sobre esta questão, que a Igreja Católica reserva em exclusiva ao Papa. Porém, nos últimos anos ambas as partes chegaram a acordos sobre algumas nomeações e, no final de 2005, um enviado especial da Santa Sé assistiu à cerimônia de ordenação de 57 sacerdotes na Catedral de Hanói.

Por outro lado, não se sabe se um tópico das conversas será o padre dissidente Nguyen Van Ly, detido no fim do mês passado em sua diocese, no centro do país, e acusado pelas autoridades vietnamitas de ter distribuído “propaganda” contra o regime para uma revista pró-democracia à qual trabalhava.

Com 6 milhões de católicos, o Vietnã é a segunda comunidade católica da Ásia, atrás apenas das Filipinas.

Fonte: EFE

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