A delegação liderada pelo subsecretário para Relações Exteriores do Vaticano, monsenhor Pietro Parolin, começou hoje contatos com as autoridades vietnamitas para falar da nomeação de bispos no país e da recente detenção do sacerdote Nguyen Van Ly.

“Começamos as conversas e nelas vamos perguntar pelo padre Ly”, disse Parolin ao fim da primeira reunião com o Comitê de Assuntos Religiosos do Vietnã.

A reunião anual tem o objetivo de restabelecer as relações diplomáticas entre os dois Estados, rompidas há mais de três décadas.

Em janeiro, o primeiro-ministro do Vietnã, Ngueyn Tan Dung, se reuniu com o papa Bento XVI, num ato sem precedentes e que o próprio Vaticano considerou “um novo e grande passo rumo à normalização das relações bilaterais”.

Duas semanas depois da reunião, a Polícia vietnamita inspecionou a diocese de Hue, no centro do Vietnã, deteve o padre Ly e levou computadores e documentos.

A imprensa local, controlada pelo Estado, informou que o sacerdote católico estava “divulgando propaganda contra a República Socialista”, aparentemente numa carta.

Ly havia passado quatro anos na prisão, saindo graças a uma anistia concedida pelo Governo em 2005.

O vice-presidente do Comitê de Assuntos Religiosos, Nguyen The Doanh, opinou que “os laços se movimentam na direção correta” e minimizou o caso Ly.

Outro ponto polêmico nas negociações é a nomeação de sacerdotes e bispos, processo no qual o regime comunista vietnamita quer manter sua participação.

A delegação de alto nível do Vaticano chegou na segunda-feira a Hanói para uma visita de seis dias.

Fonte: EFE

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