A demolição de uma capela no Jardim Modelo, na Zona Norte de São Paulo, tem causado desentendimento entre os moradores do bairro e o padre responsável pela paróquia matriz da região. A construção está em um terreno irregular a poucos metros da Rodovia Fernão Dias.

Segundo a Secretaria de Habitação, o terreno pertence à Desenvolvimento Rodoviário S.A. (Dersa). Funcionários da Igreja retiraram os objetos da capela na terça-feira (18) e na quarta (19), sob protesto de alguns fiéis.

Os moradores acusam o padre de não negociar com as autoridades pela manutenção da capela e reclamam da falta de comunicação entre o religioso e a comunidade. “Eu não entendo como vão derrubar a nossa capela e todo o resto vai continuar de pé, inclusive a igreja evangélica que fica do lado”, reclama a moradora Valdeci da Silva Faria.

O padre, que não quis se identificar, disse ao G1 que recebeu uma ordem de despejo e de demolição da capela em 12 de janeiro e que está apenas cumprindo a lei. De acordo com o religioso, a construção foi erguida em terreno irregular por um descuido do antigo pároco que comprou um terreno menor que a área construída. “Se tivesse algo errado ou alguma injustiça eu seria o primeiro a reclamar”, afirma.

O único imóvel da região com demolição prevista é a capela. Segundo a Subprefeitura do Jaçanã, o motivo da ação precoce foi o pedido da própria Igreja para apressar a derrubada. O padre confirmou a informação da subprefeitura e disse que tomou a decisão para resolver logo a questão com as autoridades. Ele disse que já tinha alertado aos freqüentadores das missas sobre a demolição e não entende o porquê da reclamação dos outros moradores.

Um lugar para rezar

Com a iminente derrubada do imóvel, os moradores reivindicam um lugar para rezar. “Sem a nossa capela a gente tem que atravessar a rodovia para ver a missa na igreja matriz”, desabafa Valdeci. Eles querem que a Igreja reconstrua a capela na comunidade.

O padre disse que está buscando alternativas para solucionar o problema. Mas, segundo ele, enquanto a Secretaria de Habitação não fizer as remoções e elaborar um plano de zoneamento, a Igreja não tem como comprar um terreno para a construção da capela.

Como alternativa temporária, o pároco afirma que tem negociado com a subprefeitura a utilização de uma sala de uma creche municipal que será inaugurada no bairro. Segundo ele, as missas ocorreriam uma vez por mês no local. A assessoria de imprensa da Subprefeitura do Jaçanã afirmou que não tem conhecimento de nenhuma negociação com a Igreja.

Fonte: G1

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