Kurt Westergaard, o desenhista dinamarquês ameaçado de morte por publicar uma caricatura de Maomé com uma bomba em seu turbante, publicou hoje em uma revista uma nova versão de seu polêmico desenho, na qual ele mesmo substitui o profeta.
Junto à polêmica charge de Maomé aparece outra do desenhista vestido como o profeta, com o rosto preto e as palavras “Nova York, Madri, Londres” no turbante, em referência aos atentados terroristas sofridos nestas cidades.
“Minha cabeça está prestes a explodir de fúria pelas ofensas contra minha pessoa; mas também estou zangado pelos atentados”, declarou Westergaard à revista Journalisten, que justifica a inclusão do famoso desenho por ter sido ele o responsável por “desencadear tudo”.
A revista Journalisten editada pela Associação de Imprensa Dinamarquesa, publica ainda outra caricatura de Westergaard, na qual Jesus Cristo desce da cruz vestido como um executivo, enquanto um imã olha para ele abatido.
O redator-chefe da revista, Jakob Elkjær, encomendou um desenho a Westergaard para refletir sua situação, e justificou sua publicação pelo direito à liberdade de expressão do artista.
A polícia dinamarquesa deteve no último dia 12 três homens (dois tunisianos e um dinamarquês de origem marroquina), suspeitos de planejar um atentado contra o desenhista, autor de uma das 12 caricaturas publicadas em setembro de 2005 pelo diário Jyllands-Posten, que desencadearam meses uma crise no mundo islâmico.
Somente os dois tunisianos permanecem em prisão preventiva, com uma ordem de expulsão decretada pelas autoridades.
Westergaard, 72 anos, e sua mulher, 65 anos, trocaram de residência cinco vezes desde que os serviços secretos dinamarqueses lhes recomendaram que abandonassem sua casa, em novembro do ano passado.
O desenhista disse hoje ao jornal Politiken que, apesar de se sentir “deprimido” com a situação, não deixará de criticar o Islã, caso julgue necessário.
Fonte: EFE