Na quarta-feira de Cinzas (21), dia em que se inicia o tempo de Quaresma, fiéis reclamaram que muitas igrejas católicas tombadas pelo patrimônio histórico estão em péssimo estado.
Na capital Federal, os moradores mais antigos, da época da construção de Brasília, cobram a restauração dos templos construídos pelos pioneiros.
No Núcleo Bandeirante, distante cerca de 20 quilômetros do centro de Brasília, os moradores pedem a restauração da primeira igreja da cidade. “A capela foi construída pelos pioneiros. Ela foi erguida pelas pessoas que trabalhavam na obra da capital, que, na hora de descanso, nos fins de semana, se empenhavam na construção dessa lugar. Então, eu peço às autoridades que vejam isso com carinho, que respeitem a memória desses trabalhadores”, conta a assistente administrativa Lindalva Braga.
A Igreja de Nossa Senhora Aparecida está fechada desde o início de 2004. Ela corria o risco de desabar. “A cada dia que passa a gente percebe que a situação vem piorando. Tem muito cupim”, conta a presidente do Conselho da Capela, Josélia de Jesus. Desde 1993, a paróquia é tombada como Patrimônio Histórico do Distrito Federal. Qualquer reforma tem que manter as características da construção original.
O secretário adjunto de Cultura, Beto Sales, disse que o governo já autorizou a Novacap a liberar o dinheiro para a reforma da igreja. O valor da obra não custará mais do que R$ 400 mil. Falta apenas um laudo técnico para os trabalhos começarem. “É preciso um laudo técnico para fazer a demolição e a reconstrução da igreja. O documento é encaminhado à Novacap, para a Divisão de Edificações, e o processo segue normalmente”, explica Sales.
Patrimônio histórico
A Igreja São Geraldo, no Paranoá, a 20 quilômetros de Brasília, foi demolida e precisa ser reconstruída, mas não há recursos previstos no orçamento deste ano. A restauração da Igreja São José Operário, da Candangolândia, a cerca de 20 quilômetros do Plano Piloto, pode ser retomada este ano.
Das igrejas tombadas, a que está mais próxima da reinauguração é a Nossa Senhora do Rosário da Pompéia, na Vila Planalto, distante seis quilômetros do centro da capital Federal. Depois do incêndio que a destruiu, a expectativa do Governo do Distrito Federal (GDF) é que as obras de reconstrução terminem ainda neste primeiro semestre.
A diretora de uma organização que trabalha pela defesa do patrimônio de Brasília lembra que utilizar dinheiro das empresas privadas pode ser uma alternativa para agilizar . “Hoje, existem leis de incentivo que asseguram ao empresário ter de volta o valor total que for investido nas restaurações”, garante Luiza.
Fonte: G1