Uma reportagem publicada nesta terça-feira pelo jornal americano The Christian Science Monitor relata que políticas federais e do Estado de São Paulo de facilitar o acesso à chamada ‘pílula do dia seguinte’ estão “causando polêmica” no Brasil.
O artigo do correspondente do jornal em São Paulo mostra como a estratégia despertou a crítica da Igreja e de setores conservadores.
De acordo com o diário, um dos principais objetivos da campanha é reduzir a quantidade de abortos, que chega a um milhão por ano no Brasil, segundo números que o Ministério da Saúde pode apenas estimar, já que a prática é proibida no Brasil.
Cerca de 240 mil mulheres são hospitalizadas por ano por conta de problemas decorrentes de abortos ilegais, afirma o Christian Science. Já os casos de gravidez indesejada chegam a um em cada três.
O debate foi reativado depois que São Paulo tornou disponível a ‘pílula do dia seguinte’ em estações de metrô e reduziu o preço nas farmácias em 90%.
Ao mesmo tempo, o governo federal passou oferecer mais tratamentos de vasectomia, e a instruir seus professores de escolas públicas para que ensinem mais educação sexual e métodos anticoncepcionais a seus alunos.
As autoridades dizem enfatizar o caráter emergencial da ‘pílula do dia seguinte’, um método contraceptivo que utiliza uma descarga hormonal para evitar a fecundação dos óvulos por espermatozóides.
Em 2004, segundo o Christan Science Monitor, sete em cada cem brasileiras entre 15 e 19 anos tiveram filho, quase o dobro da taxa americana.
Fonte: BBC Brasil