A restauração da unidade é uma causa da Igreja inteira e por isso ela precisa agir de forma ecumênica em todos os níveis, “não há como evitar”, afirmou o diretor do Johann-Adam-Möhler Institut für Oekumenik, o teólogo Wolfgang Thönissen, da Alemanha.
A carta magna da Igreja Católica em questões de ecumenismo, o decreto “Unitatis Redintegratio”, de 1964, motivada pelo Concílio Vaticano II, estabeleceu uma série de princípios, como: o diálogo deve ser conduzido entre iguais e ele é sempre uma luta pela verdade da fé cristã.
“O problema principal está ligado à constituição da igreja Lúmen Gentium, número 8, a saber, que a Igreja una de Jesus Cristo está realizada na Igreja Católica. Fora da Igreja Católica existem elementos e bens da santificação e da verdade que urgem em direção a essa unidade”, definiu Thönissen em entrevista ao Instituto Humanitas, da Unisinos.
No diálogo da Igreja Católica com as igrejas da Reforma, questões que eram controversas alcançaram notável grau de concordância, como é o caso da relação entre escritura e tradição, justificação e santificação, sacramentos do batismo e da eucaristia.
“Mas nas questões do ministério de três níveis, do ministério episcopal, da sucessão apostólica e do primado as igrejas não estão se aproximando”, definiu o teólogo alemão. Ele entende que é preciso discutir questões controversas sobre o pano de fundo do que foi alcançado até aqui.
Já no diálogo católico com as igrejas ortodoxas, Thönissen é mai reticente. Por razões distintas, ele acredita que elas ainda terão um longo caminho a percorrer. “As divisões que se estenderam por um milênio não podem ser superadas em uma única geração”, disse.
Fonte: ALC