Prefeituras e câmaras municipais do país terão 469 políticos religiosos na administração e na produção de leis de suas cidades a partir do próximo ano. Trata-se do número de candidatos eleitos no primeiro turno das eleições no último domingo (6) dos 7.260 que se identificaram como religiosos no nome de urna. De acordo com o levantamento feito pelo Instituto de Pesquisa e Inteligência de Dados Nexus, da FBS Holding, 91, 02% dos vitoriosos utilizaram os termos “irmão”, “irmã”, “pastor” e “pastora”.
No total de candidatos no primeiro turno, os religiosos eleitos representam 0,74%. No comparativo com o pleito eleitoral anterior, o quantitativo de religiosos a participar da vida pública foi 6% maior do que o apresentado em 2020, que foi de 442. O levantamento mostra, ainda, que, nos últimos 24 anos, a presença de pessoas ligadas a alguma religião nas câmaras e gestão das prefeituras por meio de eleições municipais aumentou em 63%.
Entre os partidos com o maior número de religiosos eleitos no primeiro turno, estão PP e PSD, com 51 cada, seguidos pelo MDB, com 50 vitoriosos.
Crescimento de candidaturas religiosas
A candidatura de 7.260 pessoas com identidade religiosa no nome de urna nas eleições deste ano representa um aumento de 225% em relação ao ano 2000, quando estes eram apenas 2.215 candidatos. Conforme a análise do instituto Nexus, o ritmo de crescimento das candidaturas religiosas é 16 vezes maior do que o apresentado pelo total, tendo em vista que, no mesmo período, todo o quantitativo de candidatos passou de 399.330 para 454.689.
O instituto Nexus utilizou um filtro de termos nos nomes de urna a fim de identificar o vínculo religioso dos candidatos. As palavras foram: pai, mãe, pastor, pastora, pr., missionário, missionária, bispo, bispa, apóstolo, apóstola, reverendo, irmão, irmã, ir., padre, abençoado, abençoada, babalorixá, ialorixá, ministro, ministra, Ogum, Exú, Iansã, Yansã, Iemanjá, Obaluaê, Oxalá, Omulu, Oxóssi, Oxum, Oxumaré e Xangô.
Número de religiosos pode ser maior
O levantamento feito pelo Instituto Nexus traz um indicativo da presença de religiosos na política, mas não reflete toda a realidade, já que o estudo foi feito com base apenas no vínculo religioso que aparece no nome de urna. Isso significa que a pesquisa não abrange aqueles que não se associaram, explicitamente, a uma identidade religiosa na disputa aos cargos municipais.
Não há divulgação de que todos os partidos possuem um controle do número de candidatos por religião e também não há essa informação na base de dados fornecida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). No entanto, o Partido dos Trabalhadores (PT) passou a realizar esse levantamento quando fundou o Núcleo de Evangélicas e Evangélicos pelo PT (NEPT), em 2022. No primeiro turno das eleições deste ano, o núcleo informou que, dos 3.365 eleitos pelo partido, pelo menos 237 vereadores e seis prefeitos são evangélicos.
Fonte: Comunhão