O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, desembarcou nesta quarta-feira em Israel e foi recebido pelo presidente Shimon Peres e o primeiro- ministro do país, Ehud Olmert. Na chegada ao país, Bush afirmou que acredita em “uma nova oportunidade para a paz na Terra Santa”.

Em um discurso, os três líderes reiteraram a boa relação entre os dois países.

“Israel e os Estados Unidos construíram duas grandes democracias em circunstâncias muito difíceis”, afirmou Bush em Tel Aviv.

O premiê Ehud Olmert afirmou que os dois países possuem “uma relação inabalável” e citou a amizade profunda que sente pelo presidente americano.

Para Bush, o bom relacionamento entre os países “ajuda a garantir a segurança de Israel como um estado judeu”.

Paz

Um dos principais temas da visita de Bush ao país deve ser a negociação de paz entre israelenses e palestinos, que estão estagnadas desde a Conferência de Annapolis.

Durante o encontro, em novembro passado, nos Estados Unidos, Olmert e o presidente palestino Mahmoud Abbas se comprometeram a negociar com o objetivo de chegar a uma solução que inclua dois Estados, um israelense e outro palestino, até o fim deste ano.

Mas profundas diferenças sobre os assentamentos israelenses em territórios ocupados e sobre o status de Jerusalém têm dificultado o processo.

Olmert e Abbas se reuniram em Jerusalém na véspera da chegada do presidente americano para discutir a fronteira entre um futuro estado palestino e a situação de Jerusalém.

A correspondente da BBC em Jerusalém, Bethany Bell, afirmou que os ataques de militantes palestinos com mísseis contra território israelense também permanecem na pauta dos líderes.

Na terça-feira, Bush irá se encontrar com líderes palestinos para dar novo impulso ao diálogo.

Hamas

Apesar da boa recepção na chegada do presidente, a visita oficial não foi bem recebida pelo grupo militante Hamas, que controla a faixa de Gaza e foi o vencedor das eleições palestinas.

“Bush não é bem-vindo porque ele é uma das principais razões do sofrimento do povo palestino”, afirmou à BBC Sami Abu Zhuri, oficial do Hamas.

“Ele veio à região para trazer apoio moral, político e material para a ocupação israelense e também para aumentar a separação interna da Palestina”, disse Zhuri.

Irã

Outro assunto a ser discutido durante a visita de Bush ao país deve ser o projeto nuclear iraniano.

O relatório dos serviços de inteligência americano, segundo o qual o Irã teria interrompido o projeto nuclear para fins militares, despertou preocupação em Israel. Bush deve utilizar a visita para reiterar o compromisso do governo americano com a segurança de Israel.

Durante a recepção do líder norte-americano em Tel Aviv, o presidente de Israel, Shimon Peres, pediu a Bush para “parar a loucura do Irã e dos grupos militantes Hizbollah e Hamas”.

Peres também alertou o Irã para “não subestimar a decisão sobre a auto-defesa [do país]”.

Agenda

A visita a Israel marca o início da uma viagem de oito dias que o presidente norte-americano deve fazer pelo Oriente Médio.

Depois de Israel, Bush seguirá para o Kuwait e em seguida irá para Barein, Emirados Árabes, Arábia Saudita e Egito.

Em Israel, onde Bush ficará até sexta-feira, o presidente está sendo recebido com um dos maiores esquemas de segurança da história do país.

Mais de 8 mil policiais (cerca de um terço dos efetivos da polícia) estarão mobilizados durante as 48 horas da visita do presidente americano.

Na quinta-feira, Bush viajará para Ramallah, na Cisjordânia, para se encontrar com o presidente palestino Mahmoud Abbas e com o primeiro ministro Salam Fayad.

Na sexta-feira, último dia da visita ao país, o presidente Bush deverá visitar o Museu do Holocausto em Jerusalém e também deve viajar para a Galiléia, no norte de Israel, para visitar o Monte das Beatitudes, local onde, segundo a tradição cristã, Jesus Cristo fez o Sermão da Montanha.

Fonte: BBC Brasil

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