O papa Francisco receberá na próxima quinta-feira vários integrantes da Conferência de Bispos Católicos dos Estados Unidos, entre eles o presidente da organização, cardeal Daniel DiNardo.
A audiência foi confirmada nesta terça-feira pelo porta-voz do Vaticano, Greg Burke. Também estará presente no encontro o arcebispo de Boston, Patrick O’Malley, presidente da Comissão Pontifícia para a Proteção de Menores criada pelo papa em 2014 por causa dos escândalos de abusos cometidos por sacerdotes em vários países.
Outros dois convidados são o vice-presidente da Conferência Episcopal dos EUA, José Horacio Gómez, também arcebispo de Los Angeles, e o secretário-geral do órgão, Brian Bransfield, da arquidiocese da Filadélfia.
A reunião vai ocorrer em meio a tempestade de casos de abusos sistemáticos contra menores por membros da Igreja Católica. Entre eles se destaca o documento com as conclusões da Suprema Corte da Pensilvânia, que revela 300 casos de sacerdotes que cometeram crimes do tipo em seis dioceses. As vítimas passam de 1 mil.
A crise ainda foi agravada pela publicação de uma explosiva carta do arcebispo Carlo Maria Viganò, ex-núncio do Vaticano nos EUA, na qual denunciava Francisco por conhecer e encobrir as acusações contra o cardeal americano Theodore McCarrick.
Destacados membros do Vaticano afirmaram que a carta contém várias imprecisões e a atribuem a ação a uma campanha dos círculos mais conservadores da Igreja Católica que se opõem aos novos ares trazidos por Francisco.
Ontem, o Vaticano anunciou em comunicado que a Santa Sé está se preparando para prestar esclarecimentos sobre os casos dos abusos e sobre as acusações de Viganò.
O conselho de nove cardeais formado por Francisco para ajudá-lo a promover reformas na Igreja Católica, conhecido como C9, mostrou solidariedade ao pontífice. No entanto, o grupo pediu reflexão sobre sua composição, levando em consideração a idade elevada de alguns de seus membros.
A reflexão pode ter relação com os cardeais Francisco Javier Errázuriz, arcebispo emérito de Santiago, e George Pell, considerado como o “número 3” do Vaticano.
O primeiro é muito questionado no Chile pelos escândalos registrados no país e ocultados pela Igreja. Já Pell é acusado por envolvimento em abusos sexuais de menores ocorridos no passado.
Fonte: EFE via UOL