No último dia da visita ao país onde passou a infância, líder vai à mesquita e diz que América “não está em guerra com o Islã”
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, fez elogios à tolerância religiosa na Indonésia, maior país muçulmano do mundo ao qual fez visita oficial de cerca de 24 horas. Ao discursar na Universidade da Indonésia, em Jacarta, o presidente falou em tom pessoal sobre o país onde viveu dos seis aos dez anos, recordando histórias e usando expressões locais.
Obama defendeu a democracia e o respeito aos direitos humanos como fórmula para alcançar a prosperidade, e disse que a Indonésia é um exemplo de economia emergente com ampla tolerância religiosa. Pouco antes do discurso, o presidente e a mulher, Michelle, visitaram a principal mesquista de Jacarta, a Istiqlal. Michelle usou véu e, assim como seu marido, tirou os sapatos durante a visita.
No discurso, Obama admitiu que as relações entre os Estados Unidos e as comunidades muçulmanas “se desgastaram” com o passar dos anos, e disse que reparar esses laços é sua prioridade. “Hoje, volto à Indonésia como um amigo, mas também como um presidente que busca uma parceria profunda e duradoura entre os dois países”, afirmou.
Obama fez um apelo por “união” na luta contra “extremistas violentos”. “Eu deixei bem claro que a América não está, e nunca estará, em guerra com o Islã”, disse o presidente americano. “Ao contrário, todos devemos trabalhar juntos para derrotar a Al-Qaeda e seus parceiros, que não podem ser considerados líderes de nenhuma religião – certamente não de uma grande religião mundial como o Islã.”
“Os que querem construir não devem ceder terreno a terroristas que buscam destruir. Essa não é uma tarefa apenas da América”, acrescentou.
Logo após o discurso, Obama deixou a Indonésia e seguiu para a Coreia do Sul, onde participará da reunião do G20. O avião presidencial decolou às 10h45 (1h45 no horário de Brasília), quase duas horas antes da previsão inicial. A mudança foi causada pelo vulcão Merapi, na ilha de Java, cujas cinzas poderiam atrapalhar o tráfego aéreo.
Obama, que nasceu nos Estados Unidos, se mudou para a Indonésia aos seis anos, quando sua mãe se casou com um indonésio. Ele voltou aos EUA quatro anos depois.
[b]Fonte: Último Segundo
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