No Timor Leste, evangélicos têm sofrido grande e constante perseguição, em todas as esferas da sociedade, por parte de católicos radicais, segundo informações recentes recebidas de um missionário brasileiro no país.

Segundo esse contato, a polícia local não tem agido para conter tais manifestações, nem mesmo o Governo. Recentemente, foi preciso que a polícia da ONU e de Portugal interferissem em uma invasão de um grupo de católicos a uma igreja protestante.

O Timor Leste é um país onde há liberdade religiosa, mas, ao que tudo indica, está deixando de ser observada na prática. De acordo com o que foi relatado por Carlos*, um pastor brasileiro que vive no país com sua família, os evangélicos têm sofrido perseguição e discriminação cada vez mais intensas nos últimos meses.

O pastor Carlos está à frente de uma igreja no Timor e contou que o bispo católico do país “determinou que todas as escolas do país, inclusive as de profissão evangélica, tivessem uma freira que passasse de sala em sala rezando com as crianças”. Tal determinação foi acatada pelo Ministério da Educação e os diretores foram obrigados a aceitar, pois correm o risco de sofrer algum tipo de represália se agirem de modo contrário.

Invasões consecutivas

Em 30 de novembro, católicos radicais invadiram a Igreja Visão Cristã, em Aileo, a 30 quilômetros da capital Dili, e que é dirigida também por brasileiros. Eles chegaram ao final do culto, agrediram alguns crentes e deram um prejuízo de 5 mil dólares ao quebrarem equipamentos de som e janelas.

Uma queixa foi registrada na polícia, que intimou o padre responsável pelo ataque a comparecer e prestar depoimento. Contudo, além de ele não comparecer à delegacia, ordenou que seus membros invadissem novamente a igreja no dia 7 de dezembro. Dessa vez, eles expulsaram os evangélicos do templo, colocaram a imagem de uma santa no altar e chamaram o padre para rezar uma missa, e o “padre chegou logo depois e rezou a missa, cheio de orgulho”, relata Carlos.

A polícia timorense foi chamada, mas, ao chegar ao local assistiu ao que estava acontecendo, sem interferir. Logo em seguida chegou a polícia da ONU que agora faz a segurança das famílias cristãs da igreja, inclusive do casal de brasileiros que a pastoreia. Os invasores permaneceram acampados na igreja até segunda-feira à tarde, quando a polícia de Portugal (GNR) chegou e ordenou que saíssem ou seriam presos.

Desrespeito a outros credos

O pastor Carlos procurou saber se de alguma forma os evangélicos teriam ofendido os católicos para que eles agissem com esse tipo de violência, mas constatou que nada havia que justificasse as invasões. Segundo ele, a liderança católica do país, vê como seu direito praticar tal violência e ameaças, para que possam defender a “madre igreja”. A única religião que eles respeitam é o islamismo, por temerem a reação que possam ter.

“Logo que cheguei ao Timor, os católicos daqui mostraram seu desrespeito com outros credos. No aniversário do meu filho jogaram pedra três vezes sobre o meu telhado, porque viram que se tratava de um culto evangélico, e de madrugada vieram roubar de minha casa tudo o que puderam levar e só levaram pouco, porque eu acordei e eles então fugiram. A polícia diz que está investigando, mas até agora não pegou aqueles ladrões”, testemunhou o pastor.

Mesmo com tudo o que tem acontecido, os evangélicos não estão preocupados. Eles sabem que a perseguição não pode destruir a verdadeira Igreja de Cristo, ao contrário, ela pode fortalecê-la, purificá-la e tornar seus membros mais fortes na fé. Mas eles precisam e contam com as orações dos irmãos em todo o mundo, para que eles realmente consigam suportar os sofrimentos por amor à Cristo.

Fonte: Portas Abertas

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