Livros e revistas que falam mal ou fazem críticas as religiões, principalmente, ao Cristianismo, geralmente conseguem ter uma ótima vendagem. Muitos até dizem que para uma editora ou escritor conseguir vender revistas ou livros para sair de uma crise nas vendas, basta trazer um tema polêmico envolvendo Deus e/ou Jesus Cristo.
Não se sabe se esta é a intenção do polêmico escritor Dan Brown, que depois do livro “Anjos e Demônios”, onde questionava o conflito entre ciência e religião na sede da Igreja Católica, e do seu livro mais famoso, “O Código Da Vinci”, onde sugeri que Jesus teve uma família com Maria Madalena, acaba de lançar no mundo todo, “Origem” (Editora Sextante), onde também traz críticas a religião.
“Deus não pode sobreviver à ciência”, afirmou o escritor americano, para quem os avanços tecnológicos chegarão a conectar as pessoas de tal maneira que elas não terão mais a necessidade de um Deus.
“Historicamente, nenhum deus sobreviveu à ciência. Com os avanços da tecnologia, a necessidade de um Deus exterior, que nos julga, vai desaparecer”, disse o escritor em um encontro com jornalistas, na manhã desta quinta-feira (12), na Feira do Livro de Frankfurt.
O quinto voluma da saga popular iniciada com “O Código Da Vinci” conta uma nova aventura do professor de Harvard Robert Langdon, que tenta decifrar os mistérios da origem do mundo, explorando em particular a luta entre ciência e religião.
“Durante a próxima década, nossa espécie vai se encontrar enormemente conectada (…) e vamos começar a encontrar nossas experiências espirituais através de nossas interconexões”, avaliou.
“Nossa necessidade de um Deus exterior, sentado no alto e que nos julga (…) vai diminuir e, no fim das contas, desaparecer”.
Brown, cujos romances venderam mais de 200 milhões de exemplares, provocou a ira do Vaticano com a publicação de “O Código Da Vinci”, em 2003.
O autor, de 53 anos, afirma não estar contra a religião, mas diz que só quer “lançar um diálogo”.
“Acho que a religião fez muito bem ao mundo. Também acho que o mundo mudou tanto que ela já não é uma necessidade”, declarou, elogiando de passagem o papa Francisco por seus esforços para modernizar a Igreja católica.
“Acho que a Igreja tem que evoluir, ou vai desaparecer”, continuou.
Fonte: Isto É, Folha de São Paulo