Organização islâmica quer que a ONU aprove uma resolução condenando o plano do pastor dos EUA que queria queimar o Alcorão.
Uma organização Islâmica que se diz representar “a voz coletiva do mundo Mulçumano” está tentando fazer com que o Conselho de Direitos Humanos da ONU aprove uma resolução condenando o tão-noticiado e agora cancelado plano do pastor dos EUA que pretendia queimar publicamente o Alcorão.
Em um projeto preliminar submetido pelo Paquistão, os 57 membros de estado da Organização da Conferência Islâmica (OCI) disseram estar preocupados com as “instâncias de intolerância, discriminação e proliferação da violência contra os Mulçumanos que têm havido em muitas partes do mundo.”
Eles também fizeram um apelo ao Conselho de Direitos Humanos da ONU para que qualquer apologia ao ódio religioso seja condenada – pois incita à discriminação, hostilidade, ódio e/ou violência. Também pediram à comunidade internacional para se posicionarem contra os atos que debilitam a coexistência pacífica entre as nacões e a promoção de ambientes propícios à violência e represálias.
Sobretudo, a resolução pede ao conselho para repreender “a recente convocação por um grupo extremista” para programar um dia para queimar cópias do texto sagrado do Islã, o Alcorão.
O grupo ao qual a resolução se refere é a pequena congregação de cerca de cinquenta membros do pastor Terry Jones, que tinha planejado queimar em torno de 200 cópias do Alcorão no mês passado no 9.° aniversário dos ataques terroristas de 11/09 nos Estados Unidos.
Embora o evento estivesse planejado para “se contrapor ao mal do Islã” – que a Igreja de Jones considera como uma “religião violenta e opressiva” – o pregador da Flórida cancelou a queima logo antes da data marcada e votaram por “nunca” queimar Alcorões.
Jones disse em uma entrevista em 11 de setembro que ele e sua Igreja, Dove World Outreach Center em Gainesville, “sentiram que Deus estava mandando-nos parar.”
“Nós achamos que no momento em que demos início a isso, um dos motivos foi mostrar, expor que há um elemento no Islã que é muito perigoso e radical,” Jones declarou no “Today Show” da NBC. “Eu creio que nós, definitivamente, alcançamos esse objetivo.”
Embora os Alcorões não tenham sido queimados, o plano fez com que eclodissem manifestações em várias partes do mundo, servindo de modelo para outros grupos procederem com a idéia, incluindo um grupo em Washington que rasgou páginas do Alcorão em frente à Casa Branca. A ação desencadeou uma eclosão de violência em uma área dividida da Caxemira que deixou uma escola Cristã completamente destruída e outras instituições Cristãs em chamas.
Os confrontos que se seguiram com a polícia resultaram em mais de uma dezena de mortes.
Notavelmente, em uma declaração após o incidente, o secretário geral da OCI, Ekmeleddin Ihsanoglu, expressou “profundo pesar e tristeza” pelas mortes mas não fez qualquer menção à destruição causada pelas demonstrações.
Após “condenar severamente o uso excessivo de força contra o povo da Caxemira,” Ihsanoglu, “ofereceu suas condolências para as famílias daqueles que tiveram vítimas fatais e suas preces para a recuperação rápida dos feridos,” de acordo com a OCI.
A OCI, que gaba-se por ser a maior organização intergovernamental no mundo, depois das Nações Unidas, tem sido criticada por muitos nos últimos anos por proteger apenas os Mulçumanos em vez defender a liberdade religiosa de todas as pessoas em todos os lugares.
Além da resolução do plano de queima do Alcorão, a OCI está também tentando promover outra resolução que tem sido apresentada, por seguidos anos, ao Conselho de Direitos Humanos da ONU.
Tal resolução que a OCI tem patrocinado desde 1999, visa tornar a “difamação religiosa” uma violação dos direitos humanos, ao argumentar que “a difamação religiosa e o incitamento ao ódio religioso em geral, poderiam conduzir a uma desarmonia social e à violação aos direitos humanos.”
Eles salientam que há uma “necessidade para se combater a difamação contra todas as religiões e a provocação ao ódio religioso em geral, e sobretudo, contra o Islã e os Mulçumanos.”
Embora os que apoiem a resolução insistam que há uma necessidade de considerar a “difamação religiosa” como uma violação dos direitos humanos, críticos dela, incluindo mais de 180 organizações não-governamentais, alertam que tal resolução poderia ser manipulada para justificar as leis anti-blasfêmia e intimidar ativistas de direitos humanos e dissidentes religiosos.
Em vez de proteger os adeptos religiosos, inclusive aqueles de religiões minoritárias, a resolução faz com que a religião proteja-se a si mesmo, dizem os críticos. Além disso, a única religião mencionada no texto da resolução é o Islã.
Apesar da oposição e temor de que as resoluções serão usadas para aumentar a pressão sobre a difamação e “Islãfobia”, espera-se que elas sejam aprovadas, visto que a organização internacional e seus aliados têm maioria em 47 representantes do conselho da ONU.
As resoluções da OCI, junto com outras ainda a serem submetidas ao conselho, provavelmente serão votadas quando o conselho encerrar a atual sessão de outono no final da próxima semana.
A 15.° sessão do conselho, que foi iniciada em 13 de setembro encerrará em 1.° de outubro.
[b]Fonte: Christian Post
[/b]