Os Estados Unidos têm algumas políticas «baseadas no bom senso», apoiadas tanto por pessoas pró-vida como partidários do aborto, razão pela qual um representante da Conferência Episcopal deste país pede ao Congresso que as preserve.
Este pedido foi feito em 5 de fevereiro, em uma carta escrita pelo cardeal Justin Rigali, presidente da Comissão Episcopal de Atividades Pró-Vida. Desta forma, a Igreja iniciou uma campanha contra a mudança de leis nesta matéria.
O cardeal Rigali indicou que um dos primeiros assuntos a tratar na atual sessão parlamentar é o exame das disposições necessárias para manter o financiamento dos programas federais, e neste processo o bispo advertiu contra a possível remoção das cláusulas antiaborto.
Assinalando a ampla falta de apoio à Lei sobre a Liberdade de Escolha (Freedom of Choice Act, FOCA), advertiu que «uma proposta extrema» como esta «poderia tocar de uma só vez centenas de leis a favor da vida», motivo pelo qual os bispos estão «preocupados por que tais leis possam ser mudadas durante o processo de exame parlamentar».
Legisladores de diferentes tendências, afirmou, «há muito tempo acordaram que os norte-americanos não deveriam ser obrigados pelo governo a apoiar ou participar do aborto contra sua vontade», acrescentou o cardeal.
«Os esforços para pressionar as consciências desta maneira violam qualquer possível definição de ‘pro choice’ [assim se conhece a opção a favor do aborto, N. da R.] e mina a longa tradição de respeito à consciência e à liberdade religiosa do nosso país.»
O cardeal Rigali enumerou várias emendas vigentes, cujo fim consiste em proteger a legislação para evitar que os dólares dos impostos dos norte-americanos financiem abortos, e assim proteger os direitos de consciência dos agentes de saúde.
«Estas e outras leis similares foram efetivas durante muitos anos, sem importar que partido controlava o congresso ou a Casa Branca, porque são políticas de bom senso, que foram amplamente apoiadas, inclusive entre pessoas que estão em desacordo sobre o status legal do aborto», afirmou o purpurado.
«Em uma sociedade que com frequência se vê desgarrada entre os valores ‘pro choice’ [pelo aborto, N. da R.] e ‘pro life’ [pela vida, N. da R.], é fácil estar de acordo em que nós deveríamos honrar as consciências das mulheres grávidas e as dos profissionais de saúde que desejem escolher a vida.»
«Em uma sociedade que procura reduzir os abortos, não tem sentido que o governo force seus cidadãos a financiar e promover o aborto», conclui o purpurado.
Fonte: Zenit