Um novo relatório do grupo de vigilância Christian Solidarity Worldwide (CSW) expôs as atrocidades enfrentadas por crianças cristãs em escolas de vários países, desde conversão forçada em outras religiões a até mesmo serem espancadas e humilhadas pelos professores por se atreverem a falar.
A CSW explicou no documento intitulado “Faith and a Future” (A fé e o futuro, em tradução livre) compartilhado com o site de notícias The Christian Post na última quinta-feira (31) que realizou pesquisas em cinco países, como Mianmar, Irã, México, Nigéria e Paquistão.
Segundo o relatório, estudantes cristãos enfrentam ódio religioso, incluindo abuso psicológico e físico de outros alunos e professores. “O impacto psicológico do abuso recebido pelas crianças na escola não pode ser exagerado. Muitos entrevistados disseram à CSW que sofreram com a discriminação religiosa e a intolerância em ambientes educacionais”, diz o texto oficial.
“Rejeitados por seus colegas e professores, esse sofrimento pode ter consequências duradouras”, ressalta o documento. A CSW apontou que em Mianmar, onde o nacionalismo budista tem como alvo as minorias cristãs e islâmicas, as crianças são “convertidas à força” nas escolas.
“Isto é particularmente prevalecente nos estados de Chin, Naga e Kachin, onde as famílias pobres são frequentemente oferecidas a oportunidade de mandar seus filhos embora para uma ‘educação gratuita’. As crianças são levadas para um monastério budista ou escola monástica (escola Na Ta La) sem a permissão de seus pais, e forçadas a participar regularmente da adoração budista ou até se tornarem monges novatos”, continua o relatório.
Intolerância
As crianças cristãs são “sistematicamente impedidas de praticar a religião em que foram criadas e são efetivamente obrigadas a se converter ao budismo”, complementa. Enquanto a Nigéria está amplamente dividida entre suas populações cristã e muçulmana, os seguidores de Cristo em áreas sob a lei islâmica estão vendo seus filhos raptados, convertidos à força e forçados a casamentos islâmicos.
“Os pais que buscam a libertação de suas filhas sequestradas são geralmente informados de que se converteram e se casaram, ou estão sob a custódia de governantes muçulmanos tradicionais ou comissões da sharia e não têm desejo de voltar para casa”, explica o relatório.
“Os apelos às agências policiais por assistência geralmente se mostram infrutíferos em meio a falsas alegações de que os sequestradores não são menores e temem, por parte da polícia, provocar agitação social em larga escala”, ressalta.
A CSW compartilhou um estudo de caso específico em 2010 na Unity School em Kachako, onde estudantes cristãos foram interrogados e abusados de várias maneiras diferentes após serem falsamente acusados de insultar o profeta islâmico Maomé. Os alunos aparentemente foram instruídos pelos professores a usar o corredor como um banheiro, em vez de serem autorizados a ir ao banheiro.
Quando uma garota, chamada Grace, reclamou e disse que estava “cansada desse lixo”, uma professora a denunciou ao diretor. “Grace foi tirada do quarto, espancada com um chicote feito de pele de animal, e seu cabelo foi raspado. Os outros foram chamados para ver o que havia acontecido com ela, e disseram: Você ouviu o que Grace disse? Ela vai descobrir o que lixo realmente significa na segunda-feira, quando os resultados da investigação aparecerem. Qualquer um que insulte a Deus, suas gargantas serão cortadas ou elas serão queimadas até a morte, ou serão expulsas da escola”, descreveu o relatório.
Fonte: Guia-me