Adolescentes que fumam ou cujas mães fumaram durante a gravidez têm mais chances de apresentar problemas de audição, segundo um estudo conduzido por pesquisadores americanos.

Nos testes realizados com 67 adolescentes, os especialistas da Universidade Yale descobriram que os que haviam sido expostos à fumaça do cigarro tinham mais dificuldade para se concentrar e entender o que estava sendo dito a seu redor.

O estudo, publicado na revista especializada “New Scientist”, ainda revelou que, entre esses adolescentes, a massa branca do cérebro – responsável pela transmissão de mensagens – estava aumentada de tamanho.

Estudos anteriores já haviam mostrado que crianças com esta parte do cérebro super desenvolvida têm problemas de transmitir e interpretar sons porque a massa branca ficaria fora de sintonia com o resto do cérebro.

Os pesquisadores acreditam que a produção em excesso da massa branca está ligada à nicotina, que estimularia a produção da substância química aceticolina – responsável pelo aumento de tamanho desta região cerebral.

Distração

Os testes ainda mostraram que os adolescentes expostos ao cigarro tiveram mais dificuldades de reconhecer palavras ao serem distraídos por imagens visuais ou outros ruídos.

Entre os rapazes fumantes, o índice de acerto foi de 77% e o dos não-fumantes, 85%. Entres as meninas fumantes, essa variação foi de 84% e 90%. Na avaliação dos pesquisadores, os resultados “são significantes”.

“Os resultados mostram o que pode acontecer com esses adolescentes dentro das salas de aula, onde muitas pessoas falam ao mesmo tempo. Combinados a outros fatores, problemas de audição e de entendimento das palavras podem levar ao fracasso escolar”, afirma Leslie Jacobsen, coordenadora da pesquisa.

Fonte: BBC Brasil

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