Os colégios religiosos castradores e autoritários, que obrigavam os alunos a frequentar missas e doutrinavam crianças nas salas de aula, ficaram no passado.

Hoje, instituições ligadas a igrejas ainda são referência entre pais preocupados com a perda de valores no mundo contemporâneo.

Uma enquete realizada pelo colégio Antônio Vieira detectou que o principal motivo para a escolha de um colégio religioso é a “”educação humana“ oferecida – a religião ficou em segundo plano.

Foi esse o motivo que levou a mãe da estudante da 8ª série Nathalie Salah a escolher o Vieira como escola da filha. Para a dona de casa Lucile Salah, os valores transmitidos pelo colégio da ordem dos jesuítas auxiliam na educação da adolescente de 14 anos.

“Nos dias de hoje, a convivência com uma religião ajuda até como um freio no jovem”, observa Lucile. Nathalie não torce o nariz para as aulas. “A gente tem oportunidade de aprender coisas que não temos oportunidades no dia a dia”, fala.

Além da parte histórica, como a vida de Jesus, a jovem aponta outros fatores positivos, como a valorização da ajuda ao próximo. O colégio promove visitas a creches e asilos, onde as crianças realizam trabalhos sociais.

[b]Respeito à diversidade[/b]

Segundo Dilnei Lorenzi, secretário executivo da Associação Nacional de Educação Católica do Brasil (que reúne mais de 1.400 escolas), o ensino religioso catequético e dogmático não existe mais no Brasil. “Hoje, tratamos mais do humano como um ser ligado à religiosidade como um todo”, diz.

Ele afirma que as mudanças incluem tratar de temas considerados tabus, como educação sexual. “Antes, os pais tiravam os filhos caso a escola tocasse nesses assuntos. Hoje, a escola é omissa se não tratar disso”, afirma.

Nos dez colégios adventistas de Salvador, a religião é tema de aula, mas sem focar a fé ligada à rede. “Centramos apenas em valores éticos”, diz o diretor Valdiel de Melo.

[b]Religiões afro[/b]

Engana-se quem acredita que as crenças oriundas da África sejam doutrinas em escolas situadas dentro de terreiros. Jô Guimarães, coordenadora pedagógica da escola Mãe Hilda (localizada na sede do Ilê Aiyê) acredita que o ensino, assim como o Estado, deve ser laico.

“O caminho não é ficar cantando cantigas de candomblé ou rezando o Pai Nosso”, acredita, ressaltando que os alunos são de diferentes religiões, como católica e evangélica.

[b]Fonte: A Tarde online[/b]

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