Simpatizantes de casais gays criticam o provável candidato republicano à Presidência dos EUA, John McCain, por se opor à adoção de crianças por homossexuais.

Somente um Estado, a Flórida, proíbe a adoção por casais gays, o que tem se tornado cada vez mais comum nos EUA.

McCain foi questionado sobre o assunto em uma entrevista publicada no último domingo (13) pelo “New York Times”.

“Eu acredito que tem sido provado que ambos os pais são importantes para o sucesso de uma família. Então, não, eu não acredito em adoção gay”, disse McCain.

O senador republicano acrescentou que ele e sua mulher, Cindy, são orgulhosos de terem uma filha adotiva nascida em Bangladesh e encorajam outros casais a adotarem.

Questionado se a adoção deve ser feita por um “casal tradicional”, McCain respondeu que “sim”. Os comentários foram criticados por organizações gays e lésbicas.

Críticas

“Ele é completamente fora de contato com a realidade”, afirmou Kara Suffredini, diretora de política pública do Conselho da Igualdade Familiar.

Jody Huckaby, diretor executivo da organização “Pais, Famílias e Amigos” de Gays e Lésbicas” afirmou que os comentários de McCain são “especialmente alarmantes” porque mais de cem mil crianças esperam em abrigos para serem adotadas.

“O senador McCain negaria lares repletos de amor para crianças que precisam desesperadamente deles devido a um preconceito ultrapassado sobre o que uma família deve ser”, afirmou Huckaby.

Nesta terça-feira, após o aumento das críticas a McCain, seu comitê divulgou um comunicado explicando a entrevista do provável candidato à Casa Branca.

“John McCain poderia ter sido mais claro dizendo que sua posição sobre a adoção por casais gays é um assunto estadual. (…)Ele não estava apoiando nenhum tipo de legislação federal”, afirma o comunicado.

“O senador McCain expressou a sua preferência pessoal de que as crianças sejam criadas por uma mãe e um pai quando isso for possível”, acrescenta o texto. “No entanto, como um pai adotivo, McCain acredita que as crianças merecem o amor e o cuidado de ambientes familiares e reconhece que há muitas crianças abandonadas que ainda precisam encontrar suas casas”.

Cerca de 65 mil crianças tem sido adotadas por casais homossexuais, de acordo com grupos não-governamentais. A Academia Americana de Pediatria, a Associação Americana de Psiquiatria e a Associação Nacional de Serviço Social, entre outros grupos, apóiam a adoção por casais gays.

Fonte: Folha Online

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