A doméstica Ana Maria de Oliveira Martins, 58 anos, deveria estar de folga do trabalho quando morreu, na tarde de anteontem, durante explosão da loja de fogos de artifício da Vila Pires, em Santo André.

A empregada trabalhava na casa dos fundos do bazar, onde moravam Sônia Maria Castellani, 63, mãe do dono do estabelecimento, e Denian Castellani de Souza, 41, também morto no acidente.

Ana Maria trabalhava para a família havia cerca de quatro anos, primeiro como acompanhante da mãe de Sônia (que morreu no começo deste ano dias antes de completar 100 anos), depois como faxineira da casa. Na quinta-feira, segundo seu marido, José Carlos Martins, 64, ela havia sido dispensada. “Ela ia para o serviço quase todo o dia, mas na quinta-feira iria folgar. Mesmo assim resolveu ir trabalhar”, afirmou o funileiro.

Segundo o filho de Ana Maria, Francisco Oliveira, 26, o padrasto quase teve uma parada cardíaca quando assistiu pela televisão às cenas da explosão. “Imaginei que tivesse acontecido alguma coisa. Eu sabia que ela estava lá”, afirmou Martins, que deixou a mulher no trabalho às 8h.

O trajeto de dois quilômetros entre a residência do casal, na Vila Helena, e a loja de fogos de artifício, na Vila Pires, era feita à pé, todos dias. Eram 20 minutos de caminhada. “Eles eram muito unidos. Onde um estava, o outro estava também”, afirmou a sobrinha Cláudia Rossi, 40, que descreveu Ana Maria como uma mulher tranquila, que pouco saia de casa quando não era para ir ao trabalho ou para a igreja evangélica.

Enterro

O corpo da doméstica foi velado na manhã de ontem no mesmo templo religioso que ela frequentava: Igreja de Cristo Petencostal do Brasil. Depois da cerimônia, o caixão foi levado para o cemitério do Curuça, também em Santo André, onde foi sepultado às 11h45. Cerca de 50 parentes e amigos acompanharam a cerimônia.

Para a vizinha Lourdes Malentache, 65, Ana Maria havia confessado que planeja mudar-se e talvez voltar para Belo Horizonte (MG), sua terra natal. “A gente se encontrava na feira e ela dizia que estava cansada, que queria se aposentar e sair daqui.”

Fonte: Diário do Grande ABC

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