Temas potencialmente explosivos de forma isolada, política e religião não devem se misturar na campanha eleitoral deste segundo turno pela prefeitura de Campo Grande. Apesar de os candidatos Marquinhos Trad (PSD) e Rose Modesto (PSDB) serem expoentes do voto evangélico, a avaliação é de que o discurso de administração para todos soa melhor ao ouvido do eleitor.

“Não vamos focar em em nenhum segmento. Até porque vou governar para os evangélicos e também para os ateus. Vamos cuidar de toda a cidade sem diferenciar ninguém”, afirma Marquinhos Trad. Ele e a vice, Adriane Lopes (PEN), são evangélicos.

Na coordenação da campanha da candidata Rose Modesto (PSDB), Carlos Alberto de Assis afirma que discurso religioso deve ficar distante do político, a exemplo do primeiro turno. “A tendência é não misturar. Cada um tem sua crença, mas Deus é o mesmo. Não queremos polemizar a religião. Temos que fazer a comunhão de todos, agregar todas as crenças. Cada um tem a sua fé, mas o caminho é um só”, diz.

Apresar do predomínio de católicos, o expressivo crescimento dos evangélicos em Campo Grande é medido pelo Censo, realizado pelo IBGE. O levantamento de 2000 aponta 137.170 evangélicos. No estudo de 2010, o total aumentou para 239.882. Ou seja, crescimento de 74%.

Já os católicos têm retração. Os que se declararam católico apostólico romano caiu de 424.376 (em 2000) para 405.627 (2010). Os dados apontam migração para católico ortodoxo, que passou de 737 para 2.045.

Apesar de o Estado ser laico, o cruzamento entre religião e administração em Campo Grande virou polêmica em 2014. Na ocasião, o MPE (Ministério Público Eleitoral) pediu a suspensão do evento Quinta Gospel.

O motivo foi a aplicação de orçamento público para financiamento, apoio e suporte de evento de caráter religioso, de cuja fé compartilha, com a violação do princípio da impessoalidade. Na última Marcha para Jesus, realizada em 26 de agosto, aniversário da Capital, 80 mil pessoas foram às ruas.

[b]Fonte: Campo Grande News[/b]

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