Milhares de evangélicos fizeram uma passeata nesta terça-feira, 2, pelas ruas de Jerusalém para mostrar apoio ao Estado de Israel e chamar a atenção de seus “irmãos judeus” para a volta do Messias.
Brasil, Noruega, Estados Unidos, Espanha, África do Sul, Argentina, Cingapura e Austrália são alguns dos mais de 50 países representados na manifestação, que começou no início da tarde no Parque Sacher (Gan Sacker).
O som do “shofar”, instrumento feito com chifre de carneiro, se misturava com os cantos em hebraico, inglês, francês e castelhano com que os manifestantes prestavam homenagem a Jerusalém.
“Viemos aqui para abençoar Israel, porque a criação deste Estado é a maior prova física da existência de Deus”, argumentou Alberto Sales, pastor de uma igreja em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia.
Após lembrar que “Israel é a raiz do cristianismo e que o próprio Jesus Cristo era judeu”, Amissale Bertin, membro da delegação da Costa do Marfim, alegou, por sua vez, que não existe nenhuma contradição entre o Antigo e o Novo Testamento.
“É normal que o povo judeu seja descrente sobre a chegada do Messias. Mas, simplesmente eles vão reconhecê-lo quando ele voltar”, disse Bertin, presidente da Associação Costa do Marfim-Israel, que dá cursos de hebraico e de judaísmo em seu país.
Esse pensamento é a base do cristianismo evangélico, corrente religiosa associada ao protestantismo conservador, que enfatiza a importância da Bíblia e da conversão.
“Não temos nada contra os cristãos, desde que venham para passear e comprar lembrancinhas. Mas, se quiserem nos converter, saibam que não serão bem-vindos”, critica o vendedor ambulante Isaac, do movimento ortodoxo Chabad Lubawitz, que possui uma barraca no centro de Jerusalém com a frase: “Fora, novos cruzados!”.
Enquanto alguns dos evangélicos reconhecem a intenção de atrair os judeus para o protestantismo, a maioria ressalta seu amor por Israel e defende a comunhão entre cristãos e judeus.
A passeata foi patrocinada pela Embaixada Cristã Internacional, fundada em 1980 para representar dezenas de milhões de fiéis no mundo e que pretende também obter apoio diplomático israelense.
A manifestação acontece uma vez por ano, próximo à festa judaica do “Sucot” (ou dos “Tabernáculos”), que relembra a mítica passagem do povo judeu pelo deserto do Sinai há 3.000 anos, guiado por Moisés, após fuga do Egito.
Durante a passeata, não faltaram críticas aos governos boliviano e espanhol, acusados de anti-semitismo por suas delegações.
Fonte: EFE