Um grupo de líderes de igrejas, membros do Conselho de Igrejas de Cuba, liderados pelo deputado da Assembléia Nacional do Poder Popular de Cuba (parlamento cubano), reverendo Raúl Suárez Ramos, da Fraternidade Batista de Cuba e presidente do Centro Memorial “Martin Luther King Jr.”, pediu a liberdade de cinco cubanos condenados a penas de prisão nos Estados Unidos, acusados de espionagem.
Em coletiva realizada no Centro de Imprensa Internacional do Ministério de Relações Exteriores de Cuba, dez líderes de igrejas cristãs e movimentos ecumênicos, aos quais se somou uma representação das comunidades budista e islâmica, solicitaram às autoridades judiciais e governamentais dos EUA a libertação de Rene González Sehwerert, Ramón Labanino Salazar, Gerardo Hernández Nordelo, Fernando González Llort e Antonio Guerrero Rodríguez.
Eles foram condenados, em dezembro de 2001, em sentença judicial denunciada por irregularidades, em Miami. Gerardo e Ramón foram condenados à prisão perpétua, e os outros três a penas que oscilam entre 15 e 19 anos.
A presidente do Conselho de Igrejas de Cuba, reverenda Rodhes González, citou o Evangelho: “O termo justiça na Bíblia apresenta-se como essencial nas relações não só entre Deus e os homens, mas nas relações que Deus propõe entre os homens”.
Convocação aos cristãos
“Realizar um juízo não constitui uma expressão de justiça, que é o que estamos observando durante todo esse tempo”, disse. A reverenda exortou os cristãos dos EUA e de outras partes do mundo para que “levantem sua voz também neste caso em que tantas evidências demostram que tratamentos injustos estão presentes”.
O vice-reitor do Seminário Interdenominacional Evangélico de Matanzas, reverendo Pablo Oden Marichal, da Igreja Episcopal, apelou para instituições religiosas do mundo para que redobrem seus esforços e para que “se faça justiça aos nossos irmãos”.
Segundo Marichal, esses cubanos “já sofreram nove anos de injusto encarceramento nos EUA ” e “não negaram que estavam recopilando informação a respeito de grupos terroristas que operam contra Cuba a partir do sul da Flórida”.
O reverendo Suárez Ramos enfatizou que “a vontade pastoral não se reduz aos trabalhos nos templos, mas que se projeta também no acompanhamento do nosso povo, em apostar pelas melhores causas justas do povo”.
Ele recordou a mensagem do Sermão da Montanha, quando Jesus manifestou: “Bem-aventurados os trabalhadores pela paz” e aqueles que têm “sede de justiça”. O reverendo sublinhou que o movimento ecumênico cubano está preocupado para que a justiça prevaleça neste caso.
Fonte: Portas Abertas