Os líderes evangélicos que participavam do Congresso Nacional de Educação, reunido em Sucre, na Bolívia, de 10 a 14 de julho e que tinha por propósito redigir o anteprojeto da Nova Lei da Educação Boliviana, abandonaram a reunião na manhã desta sexta-feira, 14, por “não terem sido levados em conta”.

A retirada da delegação da Associação Nacional de Evangélicos da Bolívia (ANDEB) foi informada em comunicado, assinado pelo presidente da organização, Bruno Ossio e outros diretores. O texto assinala que a decisão foi tomada depois que seus delegados expuseram ao Congresso de Educação a posição das igrejas evangélicas, que, no entanto, na foram consideradas.

“Acreditamos firmemente que não podemos firmar e respaldar um documento que é contrário à vontade manifestada pelo povo boliviano e que vai contra os nossos princípios e valores, negando-nos a liberdade de formar os nossos filhos conforme a nossa fé”, indicou a ANDEB.

Os evangélicos também lançaram um chamado público pedindo a participação de todos os setores da igreja para coordenar ações que coadunem na mudança do novo sistema educativo.

“Esperando seus aportes e respaldo, pedimos a todo o povo cristão-evangélico que dedique um tempo especial de oração pela educação na Bolívia, pedindo a Deus que nos ajude a fazer respeitar a liberdade necessária para formar nossas crianças e jovens dentro dos princípios e valores estabelecidos pela Palavra de Deus”, conclui o comunicado.

A retirada dos evangélicos ocorreu após uma série de desencontros que ganharam vigor na quinta-feira, quando a ANDEB lamentou que seus posicionamentos tinham sido rechaçados, “apesar do veemente pedido e explicação por nossa parte, o que nos mostra que há uma consigna ideológica em todo o anteprojeto”.

As posições dos evangélicos centraram-se numa liberdade plena e integral de culto, na tutoria dos pais sobre os filhos para formá-los conforme a sua fé, e na defesa do pluralismo nas escolas. Também reivindicaram a substituição no documento do termo “laico” por “pluralismo religioso”, e que os mestiços fossem considerados como uma categoria entre as etnias do país.

Outro ponto demandado pelos evangélicos, e que também não encontrou eco, foi a observação de que estavam procedendo ao contrário da vontade da grande maioria do povo boliviano ao não admitirem o termo Religião no sistema educacional.

Fonte: ALC

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