O cidadão evangélico Juan Mallea indignou-se com as declarações do general Carlos Domínguez, que o acusou de ser o autor dos mapas de Cieneguilla, mostrando onde estavam os restos mortais do professor e dos estudantes da Universidade La Cantuta, assassinados em 1992.

“Rejeito de forma categórica as acusações do general Domínguez”, disse Mallea ao ser consultado por “Igreja e Sociedade”. Na sexta-feira, 11, foi realizada a décima audiência do processo do engenheiro e ex-presidente Alberto Fujimori, acusado de violação aos direitos humanos.

Um dos casos pelos quais Fujimori está sendo julgado diz respeito ao seqüestro e desaparecimento de professor e de nove estudantes da Universidade Enrique Guzmán y Valle, “La Cantuta”, cujos cadáveres foram encontrados esquartejados e calcinados em várias fossas clandestinas.

A descoberta das fossas foi possível graças aos mapas de Cieneguilla, a leste de Lima, publicados pela revista de investigação “Sim”. A Direção contra o Terrorismo, dirigida então pelo coronel Carlos Domínguez, acusou Mallea de ser o autor dos mapas.

“A perícia grafotécnica realizada pela polícia confirmou que Mallea foi o autor dos mapas de Cieneguilla” disse o general Domínguez diante da pergunta do promotor supremo Antonio Peláez. Domínguez foi citado como testemunha no caso do seqüestro do empresário Samuel Dyer.

Domínguez afirmou que Mallea foi capturado quando transportava um terrorista em seu táxi. “Quando a polícia ingressou na sua casa encontrou vários suspeitos de terrorismo, além de escritos com citações bíblicas. De quem seriam esses escritos, se o único evangélico era Mallea?” – questionou.

Os escritos, na realidade, pertenciam a um seguidor da seita Alfa e Omega. Três perícias grafotécnicas independentes demonstraram, posteriormente, que Juan Mallea não foi o autor dos mapas, jogando por terra a perícia policial.

Após passar nove meses na prisão, Mallea foi solto por causa da pressão de meios seculares, entre eles o Canal 4 de televisão e de alguns irmãos evangélicos. Ele foi absolvido pelo Poder Judiciário.

Demonstrando total desconhecimento do tema, o general Domínguez disse durante a audiência que os evangélicos representam 12 milhões de fiéis no país. Tanto Carlos Domínguez como Juan Mallea são membros da igreja evangélica Aliança Cristã e Missionária.

Fonte: ALC

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