A Justiça argentina condenou nesta quarta-feira o bispo católico Edgardo Gabriel Storni a oito anos de prisão por abusos sexuais cometidos quando comandava a arquidiocese da cidade de Santa Fé.
A juíza María Amalia Mascheroni condenou Storni “por abuso sexual agravado por sua condição de sacerdote” em um processo iniciado pelo ex-seminarista Rubén Descalzo em 2002.
Descalzo acusava o bispo de ter cometido os abusos no seminário e durante retiros espirituais em 1992.
“Ele me convidou a ir ao seu apartamento”, disse o ex-seminarista em seu depoimento. “Quando cheguei, só havia uma luz acessa. Ele me deu um abraço longo e me beijou.”
Histórico
Outros seminaristas realizaram denúncias semelhantes, mas elas foram arquivadas devido ao tempo entre o crime que teria ocorrido e o início do processo.
O caso envolvendo o ex-arcebispo ficou conhecido nos anos 1990 e gerou ainda mais polêmica no ano 2000, a partir de uma denúncia publicada no livro “Nuestra Santa Madre” (Nossa Santa Mãe), da jornalista Olga Wornat.
Dois anos mais tarde, o então arcebispo renunciou ao cargo e mandou uma carta ao papa João Paulo 2º negando as acusações.
Pouco depois, Storni foi substituído no posto de arcebispo da cidade de Santa Fé e seu pedido de aposentadoria foi atendido. Atualmente, ele mora em uma casa da Igreja na província de Córdoba.
O advogado de Storni diz acreditar que o ex-arcebispo deverá cumprir prisão domiciliar por ter mais de 70 anos de idade.
Fonte: Folha Online