Quando chefiava o tráfico de drogas no Morro do Dendê, na Ilha do Governador, Sérgio Luiz Juliani andava com metralhadora atravessada nas costas e uma granada pendurada no pescoço. Hoje, segundo ele, a Bíblia é sua única arma.

“Segurei meus filhos com as armas. Obriguei minha família a passar perigo e a conviver com o medo de morrer a qualquer instante. Não valeu a pena” conta Sérgio, hoje pastor da Assembléia de Deus em Vilar dos Telles, na Baixada Fluminense.

“PQD era meu soldado”

Além de chefiar a quadrilha do Dendê, Sérgio também era assaltante de bancos.

“Roubei muitos e cheirei muito com o dinheiro que roubei. Respondi a mais de 28 homicídios. Eu era um demônio. Me arrependo, mas tudo o que passei foi para aprender a ser uma pessoa melhor hoje” diz.

Pastor Sérgio foi um dos responsáveis pela entrada de fuzis nas favelas – ele comprava armas que chegavam pela Baía de Guanabara – e viu, na cadeia, crianças que ele conheceu na favela chegarem presas com o status de chefe de quadrilha.

“O Marcelo PQD por exemplo (Marcelo Soares de Medeiros, preso dia 1º de junho) foi meu soldado quando era um menino. Eu era muito perigoso”.

O ex-traficante não acredita no sistema, mas crê que é possível a recuperação.

“Eu venci, sou uma ovelha boa hoje. Então, acredito que outros bandidos possam se recuperar. O sistema sozinho não muda, o preso tem que se transformar. O resto é só diploma”.

Fonte: Extra

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