O padre Leôncio Asfury, vigário-geral da Diocese de Rio Branco, esclareceu o fato ocorrido na noite do último domingo na Catedral Nossa Senhora de Nazaré, quando o ex-coroinha Marcelo Sampaio do Amaral, 30, foi preso em flagrante devido acusação de atentado violento ao pudor contra duas crianças, uma de 7 e outra de 9 anos.
Segundo Asfury, que no momento em que ocorreu o caso não se encontrava no local, a missa do dia estava sendo celebrada pelo padre Jorge Luis, que o comunicou do fato logo em seguida, por volta das 20 horas.
“Quando cheguei à Catedral fui informado que o ex-coroinha estava no salão da Catedral, local que foi utilizado para se fazer catequese há pouco mais de três anos, porém, essa prática não acontece mais na Igreja hoje, mesmo assim o Marcelo pediu autorização dos pais para levar as crianças para o local enquanto eles assistiam a missa”, explicou o vigário.
Ele contou que após alguns pais liberarem seus filhos para ficar com o ex-coroinha, uma das crianças observou que havia outros dois menores de idade chorando e tratou de avisar o pai das crianças no mesmo momento.
“Esse pai que foi avisado era um policial à paisana, conhecido por Antônio, que se dirigiu para o salão da Catedral e foi direto ao banheiro. Em seguida alegou que o Marcelo estava sentado no assento do vaso sanitário (que estava fechado) e havia uma garotinha despida, momento em que o ex-coroinha experimentava roupa de banho nas meninas”, acrescentou o padre.
Acontece que Marcelo, contrariando a versão do policial, argumentou que aguardava as crianças do lado de fora do banheiro enquanto as mesmas vestiam as roupas oferecidas como presente. Mesmo assim o policial tratou de chamar uma viatura para prender o suposto pedófilo.
“Quando os militares chegaram à igreja chamei o comandante da operação, o encaminhei até o ex-coroinha e expliquei o fato, pedindo que ele aguardasse a chegada dos advogados de Marcelo e das famílias envolvidas no caso para resolver a situação, e até preservar a integridade física do acusado. Quando os magistrados chegaram, as duas partes foram ouvidas e chegou-se à conclusão de que houve flagrante, ou seja, o Marcelo não foi algemado, mas foi levado à Delegacia, inclusive sendo conduzido à Penal em seguida”, acrescenta Asfury.
Apesar da prisão do ex-coroinha, o vigário-geral afirma que o pai das crianças que acusou Marcelo de tentar abusar sexualmente dos menores estava visivelmente embriagado no dia em que ocorreu o fato, induzindo as crianças a falarem coisas que não havia acontecido.
“Foi uma situação muito constrangedora. Fico com receio que os pais fiquem reticentes com relação em ir à Igreja. Essa foi a primeira vez que aconteceu um fato dessa natureza dentro da Catedral e lamentamos profundamente, além de pedir muito a Deus que isso não se repita”, destacou o Padre, afirmando que o salão da Catedral não abrirá mais durante as missas, até que se reestruture todo o trabalho de assistência às crianças.
Fonte: Página 20