O caso envolvendo um diplomata português acusado de roubar R$ 2,5 milhões da Arquidiocese de Porto Alegre teve uma reviravolta.

Uma funcionária do governo de Portugal admitiu em carta, endereçada à Justiça gaúcha, que pegou a quantia, inocentando o ex-vice-cônsul.

Adelino Vera Cruz Pinto é acusado de estelionato e sua condição, no momento, é de foragido internacional. Em dezembro de 2010, ele foi apontado como o responsável por sumir com o dinheiro, após a arquidiocese depositar a quantia em sua conta. O montante seria um sinal para a liberação de recursos do governo português a serem empregados na reforma de duas igrejas em Porto Alegre.

A angolana com nacionalidade portuguesa Teresa Maria Ferreira de Almeida Monteiro, 52, ex-namorada de Pinto, enviou uma carta manuscrita na qual informa que fez parte de um esquema para enganar o diplomata. Junto com a amiga Teresa Falcão e Cunha, apontada por Pinto como diretora de uma ONG que intermediaria a doação de Portugal para a Igreja, as duas teriam gasto os cerca de 600 mil euros em spas, cassinos e hotéis pela Europa.

A correspondência enviada ao Brasil possui uma certidão provando que a caligrafia é da própria Teresa Maria, além de uma cópia de sua identidade. A mulher, funcionária licenciada do Ministério da Administração Interna, é filha de Ramiro Ladeiro Monteiro, fundador do Serviço Secreto de Portugal, morto em 2010.

“Trata-se de uma simples carta de próprio punho, apresentada por Pinto em dezembro e que ele tem que provar que é verdadeira. Essa correspondência não o inocenta. Temos provas contábeis de que a Cúria depositou o dinheiro na conta do ex-vice-cônsul e esse dinheiro sumiu”, afirma o promotor de Justiça Criminal de Porto Alegre, Fabiano Dallazen.

Teresa, agora, diz ter interesse em ressarcir a Arquidiocese em duas parcelas –em 30 de junho e 30 de dezembro de 2012. O novo advogado de defesa de Pinto não foi localizado para comentar o fato.

[b]Relembre o caso
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Em 2010, a Arquidiocese de Porto Alegre procurou o diplomata pedindo ajuda para financiar obras de restauração de igrejas de origem portuguesa no Estado, a Nossa Senhora da Conceição, na capital, e a Bom Senhor, em Triunfo, na região metropolitana. Pinto disse, segundo os padres, que uma ONG belga iria intermediar a doação de R$ 12 milhões.

Sua prisão preventiva foi decretada em agosto de 2011, mas ele se tornou foragido desde então. O diplomata tentava garantir que a Justiça concedesse o direito dele responder ao processo em liberdade. Em fevereiro, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul negou um habeas corpus ao ex-vice-cônsul, mesmo tendo conhecimento da carta.

Caso saia de Portugal, Pinto pode ser preso pela Interpol e trazido para o Brasil. As próximas fases do processo são os testemunhos de defesa e acusação.

[b]Fonte: UOL[/b]

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