A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e o Sindicato da categoria no Rio Grande do Sul repudiaram a demissão de 20 correspondentes da Rádio Guaíba, tradicional veículo do Estado adquirido no ano passado pela Rede Record, da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD).

“O ‘lobo em pele de cordeiro’ começa a mostrar suas garras”, afirmam os organismos que congregam os jornalistas, lamentando a decisão da empresa, “que chegou com a proposta de não extinguir mercado de trabalho, e sim de ampliá-lo”. As demissões foram informadas aos correspondentes no final de janeiro, por carta, sem maiores explicações.

Os correspondentes da Rádio Guaíba estavam sediados em cidades do interior do Estado. Para a Fenaj e o Sindicato, além dos postos de trabalho, a comunidade gaúcha perde assim a possibilidade de visão diferenciada sobre os fatos, de uma informação plural e democrática.

A Rede Record adquiriu, em março do ano passado, as emissoras de rádio Guaíba AM e FM, a emissora de televisão Guaíba e o jornal Correio do Povo, sediados em Porto Alegre. O Correio foi fundado em 1895 e o complexo de comunicação pertencia ao grupo Caldas Júnior.

Na análise do Sindicato, a aquisição dos veículos da Caldas Júnior representou a entrada de um grupo nacional de comunicação, “desvalorizando o jornalismo local e o fim da regionalidade, que é prejudicial à cultura do Rio Grande”.

Com as demissões, o plano de expansão do grupo ligado à IURD está se restringindo, argumentam a Fenaj e o Sindicato, que exigem da empresa que reveja a decisão e aposte numa saída negociada com seus profissionais.

Fonte: ALC

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