Uma ex-catequista está movendo processo contra um padre, acusando-o de difamá-la perante os paroquianos.

Em ação de reparação de danos, a dona de casa Isabel Felippe pede indenização de 20 salários mínimos (R$ 10.900) para o padre Jair Aparecido Favoretto, da Paróquia Sagrado Coração de Jesus.

Uma das advogadas do escritório que defende a Mitra Arquidiocesana de Maringá, Izabella Ferreira Martins, nega a acusação de Isabel e afirma que tudo o que o padre fez foi ler em voz alta, em reunião com membros da paróquia, uma carta em que a dona de casa expunha “sentimentos pessoais”.

Segundo a ação, após Isabel ter pedido afastamento do cargo de coordenadora da cataquese, em maio deste ano, o padre usou elementos da carta de renúncia para insinuar a catequistas e membros da comunidade paroquiana que ela teria intenções amorosas. Isabel afirma que foi mal interpretada.

“Escrevi uma carta amável e ele tentou denegrir a minha imagem para limpar a dele”, diz. Segundo a dona de casa, desentendimentos entre ela e Favoretto motivaram sua renúncia do cargo. Isabel diz que foi cobrar explicações do padre depois de ter descoberto o desvio de dinheiro na coleta da Igreja.

Ela afirma que a situação se tornou insustentável e pediu afastamento por escrito em duas cartas.

A reportagem teve acesso às correspondências. Numa, mais formal, Isabel pede afastamento do cargo; na outra, mais pessoal, justifica as razões para sair. Isabel escreve que “com muita dor no coração” está deixando a coordenadoria da catequese “por motivos impossíveis de serem resolvidos e por descontentamento de não chegarmos a um acordo”.

Ela diz a Favoretto “me preocupo com você e com o que pode te acontecer” e “gosto muito de você e sabes dos meus sentimentos por você, nem preciso dizer… talvez porque tinha de ser assim”.

Isabel diz que o padre interpretou a carta com má-fé . “Até eu descobrir essas irregularidades, tinha por ele muita amizade e carinho”.

A suspeita de desvio de dinheiro não está mencionada no processo da mulher contra o padre. Ela afirma que não tem provas que sustentem essas acusações.

A reportagem não conseguiu contato com o padre Favoretto.

[b]Versão contestada
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O presidente da Comissão de Assuntos Econômicos da paróquia, Valdir Pereira, confirma que o padre fez a leitura das cartas para catequistas e membros paroquiais. Segundo Pereira, no entanto, não houve intenção de difamar a mulher.

“É tudo mentira. Depois do fato, a gente vê que a pessoa não tem equilíbrio, fala coisas absurdas”, afirma. Pereira afirma que Isabel procurou a paróquia dizendo que, se fosse colocada novamente como coordenadora de catequese, retiraria as acusações.

O arcebispo Dom Anuar Battisti diz que o caso se trata de uma briga pessoal entre Favoretto e Isabel, que não deveria vir a público. “Foi incompatibilidade de trabalho dentro da igreja. Ela quer de qualquer forma ver rolar a cabeça do padre.”

[b]Fonte: O Diário[/b]

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