Flordelis durante o julgamento Foto: Divulgação/Brunno Dantas / TJRJ
Flordelis durante o julgamento Foto: Divulgação/Brunno Dantas / TJRJ

A condenada Flordelis precisou ser levada nesta segunda-feira (14), às pressas, à Unidade de Pronto Atendimento ( UPA ) Hamilton Agostinho, no Complexo de Gericinó, em Bangu, Zona Oeste do Rio de Janeiro. A ex-deputada federal reclamou de sentir fortes dores nas costelas.

Por volta das 12h, a pastora foi visitada por uma das suas advogadas e pediu aos policiais penais da Penitenciária Talavera Bruce, em Bangu, que a levassem na emergência. Flordelis segue na UPA, realizando exames e recebendo medicação da equipe médica.

A ex-deputada já passou mal na cadeia com o mesmo sintoma. Em outubro, policiais a levaram para receber atendimento de emergência. À época, ela alegou que estava com trauma na costela direita e que enfrentava dificuldades para respirar há sete dias. Os médicos diagnosticaram que o ritmo cardiopulmonar da paciente estava “regular em dois tempos sem ruídos”.

Flordelis foi condenada a 50 anos de prisão por ter ordenado a morte do marido, pastor Anderson do Carmo, em 2019, além de outros crimes, como tentativa de homicídio, uso de documento falso e associação criminosa armada.

A partir de agora, ela terá que conviver com outras presas sentenciadas pela Justiça. Antes do julgamento, ela era interna provisória, ou seja, estava autorizada a ficar na cela com mulheres grávidas.

A pastora ficará no mesmo presídio que sua filha biológica, Simone dos Santos Rodrigues. A jovem ficará numa cela de internas com comorbidades por causa do seu tratamento de melanoma. Mesmo tendo curso superior, ela perdeu o direito de ter cela especial por ter sido condenada há mais de oito anos em regime fechado.

Recurso das decisões

O MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) e a defesa da ex-deputada federal Flordelis irão recorrer das decisões de hoje do Tribunal do Júri relacionadas ao assassinato do pastor Anderson do Carmo.

A ex-parlamentar foi condenada a 50 anos e 28 dias de prisão pela morte do marido, baleado em junho de 2019 na casa da família em Niterói, região metropolitana do Rio de Janeiro. Os representantes legais dela irão recorrer.

No mesmo júri, os filhos afetivos Marzy Teixeira da Silva, André Luiz de Oliveira e a neta Rayane dos Santos Oliveira foram absolvidos de todos os crimes. A decisão foi contestada pela Promotoria, que informou que irá recorrer da decisão.
O júri também condenou Simone dos Santos Rodrigues, filha biológica de Flordelis, a 31 anos e quatro meses de prisão por homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio duplamente qualificado e associação criminosa armada. Ao todo, três filhos foram condenados. Dois deles já haviam sido condenados em um júri em novembro de 2021 por envolvimento no homicídio.

Após a juíza Nearis Arce anunciar a condenação de Flordelis pelos crimes de homicídio duplamente qualificado, uso de documento falso e associação criminosa armada por ter tramado o assassinato do próprio marido, a advogada Janira Rocha revelou a decisão de recorrer.

A defensora atribuiu a decisão ao que vê como um “massacre midiático”, pressionando os envolvidos na decisão, segundo o entendimento dela.

“Já existia uma condenação prévia da Flordelis, São três anos de factoides, um massacre midiático, uma espetacularização do caso, e os jurados já chegam aqui com essa carga. Esse debate formou na opinião pública uma pressão que determinou que nós chegássemos aqui já com esse fato dado. Por isso, nós vamos recorrer”, disse.

Em nota, o advogado Rodrigo Faucz afirmou que não há provas para a condenação de Flordelis. “Ocorreram diversas nulidades absolutas no decorrer do julgamento. Recorrerei da sentença, buscando que ocorra, futuramente, um julgamento justo”, disse, em um dos trechos do texto.

Faucz explica que vai entrar com um recurso para anular o júri alegando que houve irregularidades no plenário. Uma delas seria a exibição de um documento pelo MP que não estava no processo. A outra seria porque o advogado Ângelo Máximo, assistente de acusação, fez um questionamento sobre o silêncio dos acusados durante a sustentação —o que é proibido pelo Código de Processo Penal.

A morte de Anderson do Carmo

Flordelis era uma das figuras mais respeitadas no meio evangélico. Além de cantar, a pastora também ajudava pessoas carentes e se colocava em defesa da “família” e dos conceitos “cristãos”.

Porém, no dia 16 de junho de 2019, seu marido Anderson do Carmo foi morto a tiros, na garagem de casa da família em Pendotiba, em Niterói (RJ). As investigações da polícia comprovaram que Flordelis foi a mandante do crime.

Fonte: iG e UOL

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