O advogado Luiz Flávio Borges D’Urso, que defende no Brasil o casal Estevam Hernandes Filho e Sônia Haddad Hernandes, fundadores da Igreja Renascer, disse que eles não foram presos nos EUA, mas apenas tiveram de prestar esclarecimentos às autoridades norte-americanas sobre a entrada de dinheiro no país.

D’Urso afirmou que eles erraram no preenchimento das declarações aduaneiras sobre o dinheiro e que por isso ficaram retidos no aeroporto até que a situação fosse esclarecida.
O advogado afirmou que Sônia foi liberada no início da tarde e Estevam, no fim da tarde. As autoridades norte-americanas confirmam apenas a liberação de Sônia.

De acordo com D’Urso, o casal estava acompanhado de dois filhos e três netos e que teria de ser preenchida uma declaração para cada pessoa, mas foram feitas três.

Como a legislação norte-americana permite que cada pessoa, independentemente da idade, entre no país com até US$ 10 mil em dinheiro, eles poderiam portar até US$ 70 mil. O fato de apenas três declarações terem sido preenchidas pela família fez com que o limite individual “estourasse”.

D’Urso afirmou ainda que o caso não tem nenhuma relação com as investigações brasileiras por suposta lavagem de dinheiro. “O episódio vivido pela família Hernandes não tem nada a ver com os processos a que eles respondem no Brasil.”

Ele disse não ter informação sobre a participação do FBI (a polícia federal dos Estados Unidos) na investigação sobre o casal Hernandes.

D’Urso também disse não ter informação sobre o pagamento de fiança para a liberação do casal. “Eles não foram presos, portanto não há motivo para o pagamento de fiança.” Havia a informação -não confirmada- de que eles teriam pago US$ 100 mil de fiança.

O advogado não soube informar também o local de embarque dos fundadores da igreja Renascer. No Brasil, é permitido embarcar para o exterior com no máximo R$ 10 mil sem ter de dar explicações à Receita Federal. Os US$ 56 mil, na cotação de ontem do dólar turismo, equivalem a R$ 126,56 mil, mais do que permite a lei brasileira. Não há informações de que eles tenham feito essas declarações antes de embarcar no aeroporto de Cumbica.

Sobre o motivo da família ter levado tanto dinheiro, D’Urso disse que Estevam tem Green Card [documento que dá ao portador o direito de manter residência permanente nos Estados Unidos], mora e trabalha nos Estados Unidos. “Ele tem toda uma estrutura de trabalho lá que ele tem de suportar.”

D’Urso afirmou que obteve todas as informações sobre o episódio por meio de um advogado que trabalhou para a família Hernandes no caso. D’Urso, no entanto, não soube dizer quem é o advogado norte-americano. “Eu conversei com ele por meio de um tradutor”, explicou o advogado, presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) em São Paulo.

Fonte: Folha de São Paulo

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