As Irmãs da Misericórdia, uma das ordens religiosas católicas denunciadas em um relatório sobre abusos de crianças na Irlanda, destinará 128 milhões de euros (cerca de R$ 326 milhões) para indenizar as vítimas.

O chamado relatório Ryan foi elaborado pela Comissão da Diocese de Dublin com o nome de 15 padres acusados pelo abuso de 450 crianças em um período de 35 anos.

O relatório identifica também as vítimas e foi entregue ao ministro de Justiça, Dermot Ahern –que deve decidir se publicará o nome dos acusados, algo que pode causar uma polêmica de grandes proporções na Igreja Católica.

As Irmãs da Misericórdia, que administravam o internato de Goldenbridge, em Dublin, distribuirão os 128 milhões de euros entre o Estado irlandês e diversas organizações de caridade.

A ordem doará ainda 20 milhões de euros (R$ 51 milhões) em dinheiro e diversos imóveis avaliados em 108 milhões de euro (R$ 275 milhões).

Nos últimos meses, as freiras já tinham entregado 31 milhões de euros (R$ 79 milhões) a um fundo governamental e mais 1,4 milhão de euros (R$ 3,5 milhões) a programas que oferecem ajuda psicológica às vítimas de abusos.

Segundo um comunicado da ordem, as Irmãs querem ser “fiéis” aos valores de “reparação, reconciliação, cura e responsabilidade”.

Indenização

Diante da pressão social, as 18 ordens citadas no relatório se viram obrigadas a renegociar com o governo um pacto assinado em 2002 que lhes concedia imunidade econômica ao fixar o valor máximo de suas indenizações em 127 milhões de euros (R$ 324 milhões).

Na semana passada, os Irmãos Cristãos, a ordem com maior número de denúncias no relatório, aumentaram sua contribuição às indenizações para 161 milhões de euros (R$ 410 milhões), o que representa, segundo os religiosos, 67% do valor de seu patrimônio na Irlanda.

No último dia 26, um relatório oficial de 700 páginas afirmou que a Igreja Católica da Irlanda encobriu os abusos sexuais cometidos pelos seus padres contra as crianças da região de Dublin durante 40 anos.

Fonte: Folha Online

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