O Governo britânico incluirá na lei de casamentos homossexuais a possibilidade de permitir que casais do mesmo sexo possam selar a união em templos religiosos, anunciou nesta sexta-feira, 7, o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron.
A normativa, que será apresentada no Parlamento na semana que vem e deve ser votada em 2013, permitirá que as igrejas da Inglaterra e de Gales realizem estas cerimônias, embora não sejam obrigadas.
“Sou um completo partidário do casamento e não quero que os homossexuais sejam excluídos desta grande instituição. Mas se há alguma igreja, sinagoga ou mesquita que não queira celebrar um casamento gay, em nenhum caso serão forçadas”, assegurou o premiê britânico, que dará liberdade de voto a seu Partido Conservador com relação a esta lei.
O vice-primeiro-ministro e líder do Partido Liberal-Democrata, Nick Clegg, também apoiou a normativa e destacou que “é o momento de permitir que qualquer casal, não importa qual seja, se case conforme a vontade”.
As organizações de defesa dos direitos homossexuais, como “Out4Marriage”, também celebraram a medida que permitirá que as igrejas “decidam livremente se querem permitir que os casais gays se casem ou não”.
De qualquer modo, outros ainda veem algumas lacunas na proposta, como o ativista Peter Tatchell, que lamentou que a lei não contemple as uniões civis entre casais heterossexuais.
Apesar da rejeição da Igreja Anglicana e da Católica a esta lei, outros grupos religiosos presentes no Reino Unido como os judeus liberais, os unitaristas ou os quackers receberam o anúncio com satisfação.
No entanto, alguns membros do Partido Conservador, assim como defensores do casamento “tradicional”, criticaram a legislação, como o deputado Stewart Jackson, que qualificou o primeiro-ministro de “arrogante” por incluir esta cláusula em sua proposta.
Colin Hart, diretor da campanha “Coalition for Marriage” (Coalizão pelo Casamento), assinalou que a decisão de abrir a porta das igrejas para realizar casamentos entre homossexuais é “uma proposição profundamente antidemocrática para reescrever o sentido tradicional do casamento” e a qualificou de “decepcionante”.
[b]Fonte: Estadão[/b]