O vazamento de um documento secreto revelou planos do regime militar birmanês de eliminar o cristianismo do país. O documento, intitulado “Programa para destruir a religião cristã em Burma” foi mostrado ao jornal britânico Telegraph recentemente por grupos de direitos humanos.
No documento estavam instruções detalhadas de como forçar os cristãos a sair do país, de acordo com o jornal. As instruções incluíam a prisão de qualquer pessoa flagrada evangelizando, aproveitando o fato de que o cristianismo é uma religião não violenta.
“A religião cristã é muito pacífica”, lia-se no documento, de acordo com o Telegraph. “Identifique e utilize seu ponto fraco”.
Burma, também conhecida como Mianmar, tem uma população cristã de cerca de 4%, segundo o “World Factbook”, uma publicação da CIA (Agência Central de Inteligência dos EUA) com informações sobre todos os países do mundo. A perseguição contra os cristãos no país acontece sob a forma de igrejas queimadas, conversões forçadas ao budismo (religião oficial do país) e a expulsão dos filhos de cristãos das escolas.
Ataques contra os cristãos fazem parte de uma ampla campanha do governo contra minorias étnicas, segundo grupos de direitos humanos. No leste do país, mais de 3 mil aldeias foram destruídas ou abandonadas nos últimos 10 anos, de acordo com o grupo de direitos humanos Witness. No ano passado, estima-se que 27 mil membros da tribo karen, predominantemente cristã, foram forçados a abandonar suas casas, no leste de Mianmar, segundo informou o jornal britânico.
O regime birmanês negou ter elaborado o documento, mas não tentou renunciar ao seu conteúdo publicamente, relatou o Telegraph.
Mianmar expulsou a maioria das missões cristãs do país em 1966 e o repressivo regime militar continua hoje em dia a controlar as atividades religiosas no país.
Fonte: Portas Abertas