Governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), à esquerda, durante posse do coordenador de Assuntos Religiosos do DF, Kildare Araújo Meira | Foto: Divulgação/ GDF
Governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), à esquerda, durante posse do coordenador de Assuntos Religiosos do DF, Kildare Araújo Meira | Foto: Divulgação/ GDF

O novo governador do Distrito Federal (DF), Ibaneis Rocha (MDB), anunciou a criação de uma Coordenação de Assuntos Religiosos, que atuaria no enfrentamento de problemas como “a violência familiar, o combate às drogas e a evasão escolar”.

Segundo o governo, a nova pasta, que será diretamente ligada ao gabinete do governador, atuaria em parceria com segmentos religiosos em trabalhos da área de assistência social, além de ampliar o debate com as igrejas e investir em ações voltadas ao enfrentamento da intolerância religiosa.

A pasta será conduzida pelo advogado Kildare Araújo Meira, ex-presidente da Comissão de Direito do Terceiro Setor da Ordem dos Advogados do Brasil/Seccional Distrito Federal (OAB-DF). Meira também já atuou na assessoria jurídica da Arquidiocese de Brasília, cúpula responsável pelas paróquias da Igreja católica no DF.

O anúncio da criação do órgão provocou críticas de entidades que atuam no âmbito local. Para a coordenadora do Centro de Referência, Estudos e Ações sobre Crianças e Adolescentes (Cecria), Karina Figueiredo, a medida poderá comprometer o caráter técnico das ações governamentais por conta do risco de eventuais interferências religiosas na concepção das políticas.

Ao ser questionado sobre o tema, Kildare Araújo Meira disse, em entrevista à imprensa local, que a ideia do governo seria aproveitar o “papel formador de capilaridade das igrejas” e estabelecer uma parceria. O argumento é questionado pela coordenadora do Cecria.

“Essas ações que as igrejas, as ONGs têm hoje com o governo já existem há muito tempo e ocorrem a partir de projetos que são construídos, de fundos de acesso a recursos, como é o no caso da área de crianças e adolescentes, em que a gente atua. Não tem que ter uma secretaria, ainda mais com esse nome de ‘assuntos religiosos’. Há um equívoco na forma como foi construída essa proposta”, afirma.

Fonte: Sul 21

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