Arquidiocese buscava dinheiro para reformar igrejas. Diplomata ofereceu ajuda e pediu R$ 2,5 milhões de garantia. No final, dinheiro sumiu.

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul retomou nesta semana as investigações sobre a denúncia de um suposto golpe de R$ 2,5 milhões aplicado pelo ex-vice-cônsul de Portugal contra a Arquidiocese de Porto Alegre. O governo português trata a questão como um “caso isolado” e também investiga o ex-funcionário.

Funcionário do Ministério dos Negócios Exteriores de Portugal, Adelino Vera-Cruz Pinto está afastado da função de vice-cônsul na capital gaúcha. Ele é suspeito de aplicar um golpe contra padres da Arquidiocese de Porto Alegre que buscavam recursos para a reforma de duas igrejas históricas do Rio Grande do Sul. Adelino Pinto teria se apresentado como intermediador da negociação com uma entidade belga, que seria ligada ao governo português e financiaria as reformas.

Como garantia do negócio, a arquidiocese desembolsou R$ 2,5 milhões para o diplomata. O dinheiro desapareceu. Três párocos chegaram a viajar a Lisboa para negociar. O valor do financiamento, total, não foi revelado.

O suposto golpe foi revelado pela Arquidiocese de Porto Alegre e pela própria embaixada portuguesa. De acordo com o diplomata Paulo Santos, que atua interinamente como vice-cônsul em Porto Alegre, o caso está sendo investigado internamente e também pelo Ministério Público de Portgual.

“O diplomata está suspenso. Além do processo no Ministério Público, há um procedimento interno para fazer a investigação do ponto de vista administrativo e disciplinar”, explica Santos. “São casos isolados, de pessoas que no exercício de suas funções eventualmente procederam a atitutudes que extrapolavam o exercício das funções. A partir do momento que existe uma suspeita, precisa ser investigada”, declarou o diplomata.

Na última terça, o governo português enviou um documento ao Brasil informando que Adelino Pinto já não possuía mais imunidade diplomática. Assim, a Polícia Civil do Rio Grande do Sul pôde retomar as investigações. O titular da 1ª Delegacia de Polícia de Porto Alegre, Paulo César Jardim, se limita a afirmar que fará “uma série de diligências” para dar continuidade ao trabalho interrompido. “A existência do golpe foi confirmada, com a participação desse senhor”, declarou o delegado.

[b]Fonte: Último Segundo[/b]

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