Declarações de religioso e boatos sobre desabastecimento levaram o governo a pedir calma e unidade à população.

O ambiente prévio à data estabelecida pela Constituição venezuelana para o juramento do presidente está sendo marcado não somente por declarações de políticos da oposição sobre uma suposta “quebra da institucionalidade”. Enquanto a Igreja Católica pressiona para que a data seja obedecida, está sendo registrada uma forte especulação com os preços dos alimentos, acentuada com a chegada da data.

“Há uma campanha midiática que fala de desabastecimento. Pedimos calma e que a população não faça compras nervosas”, disse Naudys, Vázquez, gerente geral de comercialização da Pdval, braço agrícola da PDVSA, que canaliza parte de seus lucros para programas de reforma agrária.

“Está em jogo o bem comum do país e a defesa da ética. Alterar a Constituição para atingir um objetivo político é moralmente inaceitável”, disse na segunda-feira (07/01) o monsenhor Diego Padrón, presidente da CEB (Conferência Episcopal Venezuelana).

“Acreditamos que a mensagem (…) se destina aos setores da oposição e aos altos responsáveis da Igreja que tiveram um papel ativo na tentativa de golpe de 2002 [contra o presidente Hugo Chávez]”, respondeu o presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello. Em abril de 2002, a Igreja Católica foi um dos pilares de sustentação do golpe de Estado dado contra o presidente Hugo Chávez, ao lado dos principais meios de comunicação e do empresariado.

O alinhamento da Igreja com a oposição foi criticado por setores mais progressistas do catolicismo na Venezuela. Para o padre Vidal Atencio, da Igreja Las Mercedes de Maracaibo, a CEV “parece que dá um passo adiante e dois para trás”, ao usar “panfletos da oposição” para se manifestar. “Não podemos desconhecer as conquistas desse governo. Vi milhares de casas feitas para cristãos, como todos nós”, disse.

[b]Fonte: Opera Mundi[/b]

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