Uma pesquisa feita com 11 mil adolescentes britânicos revelou que mais de um terço dos jovens (27%) sentem-se deprimidos com freqüência. Intitulado Good Childhood Enquiry (Investigação da Boa Infância), o levantamento ouviu adolescentes entre 14 e 16 anos em diversas regiões da Grã-Bretanha para avaliar as condições de saúde física e mental das crianças e adolescentes britânicos.
Além da depressão, 22% dos participantes afirmaram que se preocupam com o estado de sua saúde mental. Entre os entrevistados, 70% afirmaram que se sentem inseguros sobre a aparência e admitiram fazer dietas regularmente.
O documento cita outras pesquisas para afirmar que 20% das crianças e adolescentes britânicos apresentam problemas de saúde mental. Em fevereiro, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) divulgou um relatório no qual apontou a Grã-Bretanha como um dos piores locais para a infância entre os países desenvolvidos.
Segundo a ONG Children’s Society, que encomendou a pesquisa, o objetivo é chamar a atenção do público e das autoridades sobre a importância da saúde mental das crianças.
“A saúde mental e o bem-estar das crianças foram tratados como pouco importantes, mas agora compreendemos que se quisermos que nossas crianças tenham uma infância melhor, essas questões precisam ser discutidas”, disse Rob Reitemeier, presidente da Children’s Society. “Precisamos traduzir as preocupações em ações e investimentos em serviços de apoio.”
Adultos
Como parte do estudo para avaliar as condições de saúde mental e física das crianças e adolescentes, a ONG também encomendou uma pesquisa para saber a opinião dos adultos.
O levantamento entrevistou cerca de 1,2 mil adultos, e os resultados indicam que, entre os participantes, 55% acreditam que as crianças são menos felizes agora do que há uma geração.
Quando questionados sobre as razões disso, 29% dos entrevistados afirmaram que os conflitos familiares seriam o principal impacto negativo na vida das crianças e adolescentes da atualidade, enquanto 23% disseram que a pressão exercida por outros adolescentes seria o pior fator.
As pesquisas fazem parte de um estudo conduzido desde 2007 pela Children’s Society. Além da saúde mental, a organização já divulgou sondagens sobre a vida familiar, amizades, ensino e estilo de vida das crianças e adolescentes. O resultado das pesquisas será divulgado ao lado de opiniões de especialistas em um relatório que tem publicação prevista para 2009.
Fonte: BBC Brasil