O grupo de mídia evangélico “Anchored North”, fundado na Califórnia, nos EUA, que usa a mídia como plataforma para conversões, tem usado a linguagem de campanhas digitais pró-LGBT, como #ItGetsBetter e #LoveWins, com o objetivo de evangelizar.
Em um vídeo viral batizado de “Love is Love” — “amor é amor”, em tradução livre —, uma jovem chamada Emily narra sua jornada pessoal para sair do armário. “Amor não acontece necessariamente entre homem e mulher. Se você é um verdadeiro cristão, ficará do meu lado porque Deus é amor”, ela diz nas imagens.
Toda a identidade visual da produção traz as cores do arco-íris, como em uma mensagem tipicamente pró-orgulho da comunidade LGBT. No entanto, cerca de dois minutos depois, Emily entra em uma igreja e afirma que procurou no Google os versículos da Bíblia associados à homossexualidade e começa a questionar se aquele estilo de viver é correto. “Eles me assustaram bastante”, afirma no vídeo.
No fim, ela termina abraçada a um homem enquanto explica: “Não é [uma transição] de gay para hétero, mas sim de ‘perdida’ para ‘salva'”. O argumento do vídeo pontua que humanos “não nascem assim”, mas que eles nascem em pecado e podem encontrar esperança em Jesus.
O curta tem sido criticado entre LGBTs e simpatizantes. Mas Greg Sukert, um dos fundadores do Anchored North, disse ao jornal britânico “The Guardian” que o vídeo não promove terapia de conversão — uma prática psicoespiritual que visa alterar a orientação sexual do indivíduo em questão.
“A mensagem de que alguém pode mudar a atração e o desejo que sente não é a mesma que a da terapia de conversão. O princípio dela é usar a psicoterapia para alterar o comportamento de alguém, que não é a nossa mensagem. O que estamos dizendo é que Deus pode mudar seu coração”.
Ele ainda afirmou que o grupo de mídia tem sido perseguido por causa de suas crenças religiosas e seu desejo de ajudar “almas perdidas”.
Desde sua publicação em 28 de dezembro, o vídeo já acumula mais de 2,2 milhões de visualizações no Facebook e milhares de comentários a favor e contra a mensagem — o que não inclui os números da audiência no Youtube ou no site do grupo, onde é possível encontrar outros conteúdos para a geração Y como “Bebês abortados vão para o céu?” e “Eu perdoei meu estuprador”.
Veja o vídeo:
Fonte: UOL