O grupo islâmico radical Al Shabab fez ontem um convite aos jovens somalis no exílio e aos guerrilheiros estrangeiros para que se unam à jihad (guerra santa) contra o Governo Federal de Transição da Somália, apoiado pela comunidade internacional.
Sheikh Abdikarim Mahad, o líder do Al Shabab em Baidoa, cidade a 240 quilômetros da capital Mogadíscio, pediu a todos os “jihadistas internacionais” que viajem à Somália para ajudar os fundamentalistas locais em sua luta contra “os infiéis”.
“Chamamos todos os nossos irmãos combatentes no mundo para que venham em nossa ajuda e possamos nos vingar dos Estados Unidos e dos ocidentais interessados na região”, disse Mahad numa entrevista coletiva.
O Al Shabab fez o convite depois que, na segunda-feira, seis helicópteros americanos entraram na Somália e mataram Saleh Ali Nabhan, um líder de destaque da Al Qaeda, incluído na lista dos terroristas mais procurados pelo FBI (polícia federal americana), e três membros do grupo radical somali.
Ali Nabhan era um dos suspeitos de participar dos ataques contra as embaixadas americanas do Quênia e da Tanzânia em 1998, nos quais cerca de 220 pessoas morreram. Ele também teria organizado, em novembro de 2002, um atentado a bombas contra um hotel de Mombaça (Quênia) e a derrubada de um avião que decolava do aeroporto desta cidade.
A mensagem do Al Shabab também pede aos jovens somalis no exterior que se vinguem da morte de Ali Nabhan.
“Fazemos um apelo aos jovens da diáspora para que retornem (à Somália) assim que possível ou façam o que puderem nos lugares em que estão”, disse numa sala de bate-papo virtual o segundo homem na hierarquia do Al Shabab, Sheikh Fouad Mohammed Khalaf.
“A Somália está sob ataque (do Ocidente), nossa religião é atacada e nossos líderes são assassinados, devemos agir agora”, disse o líder rebelde, que mencionou outros milicianos somalis mortos pelas forças militares americanas.
Fonte: G1