A guerra deflagrada entre a Rede Record e a Globo nos últimos dias não alterou os índices de audiência dos programas jornalísticos das emissoras. Concorrentes por 15 minutos, o Jornal Nacional, com Fátima Bernardes e Willian Bonner, e o Jornal da Record, com Celso Freitas e Ana Paula Padrão (ambos ex-funcionários da Globo), tiveram os índices normais para uma quarta-feira. A Globo obteve 35,8 pontos, enquanto a Record chegou aos 8 pontos consolidados.

No início da semana, as emissoras resolveram transformar em “guerra” a disputa pela audiência. Nestas terça e quarta-feira, 11 e 12, elas divulgaram reportagens em que apontavam pontos questionáveis de postura e decisões empresariais uma da outra.

Na edição de terça do Jornal Nacional, a Rede Globo exibiu uma reportagem com uma denúncia contra a Igreja Universal, proprietária da Rede Record, que mostrou o indiciamento de Edir Macedo e de mais nove integrantes da Igreja Universal pela Justiça pelo desvio do dinheiro vindo do dízimo dos fiéis, além de apontar o que foi mostrado como abuso da cobrança de dinheiro usando a religião como pretexto.

Segundo a reportagem, a promotoria concluiu que algumas empresas de comunicação ligadas à Rede Record receberam ilegalmente dinheiro de doações de fiéis da Igreja Universal que deveriam ter sido usadas em obras sociais e de caridade, já que são recursos isentos do pagamento de impostos. O programa apresentou matérias feitas em diferentes templos evangelicos da Universal, em diferentes épocas, além de um depoimento de um ex-obreiro. A reportegem completa teve duração de 10 minutos.

Em contra-ataque, o Jornal da Record exibiu nesta quarta uma reportagem com uma duração maior que a concorrente e com ataques à Globo e à família Marinho. Entre as imagens, a emissora procurou destacar o envolvimento da Globo com a política nacional, destacando a sua fundação no período da ditadura e a influência no resultado das eleições de 1989 a partir da manipulação das imagens do debate entre Lula e Fernando Collor.
No encerramento do jornal, o apresentador Celso Freitas citou o trecho de uma nota oficial publicada pela Igreja Universal que diz: “A Universal afirma que confia na Justiça brasileira, que não se influencia pelo interesse de qualquer grupo, mesmo aquele que quer manter o monopólio da informação”.

Fonte: A Tarde online

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