Oito dos dez missionários americanos acusados de sequestrar crianças no Haiti desembarcaram na madrugada desta quinta-feira no Estado americano de Miami, depois que tiveram a libertação determinada pelo juiz haitiano que investiga o caso. As duas missionárias que permanecem no país são a líder do grupo, Laura Silsby e Charisa Coulter.

Um funcionário do Aeroporto Internacional de Miami informou que o grupo chegou por volta da meia-noite (3h no horário de Brasília) e seguiu para um hotel.

Os missionários deixaram Porto Príncipe em um voo militar americano.

Os outros dois americanos envolvidos no caso continuam detidos em Porto Príncipe. O juiz pretende investigar o que motivou uma viagem da responsável pelo grupo, Laura Silsby, e de sua colega Anne Coulter Chalrisa ao Haiti anterior ao terremoto de 12 de janeiro, segundo o advogado dos americanos, Aviol Fleurant.

Silsby permanecerá na prisão e Chalrisa foi transferida para um centro médico da capital haitiana, pois sofre de uma doença ainda não diagnosticada.

Os americanos, missionários batistas que integram a organização New Life Children’s Refuge, do Estado de Idaho (noroeste dos Estados Unidos), foram detidos no mês passado quando tentavam cruzar, sem autorização, a fronteira com a República Dominicana com 33 supostos órfãos haitianos, com idades entre dois anos e 12 anos.

Depois de tomar conhecimento que algumas crianças tinham pais, os advogados dos batistas afirmaram que eles não tinham a intenção de cometer um crime, apenas desejavam agir com generosidade e ajudar em meio à catástrofe no Haiti, que provocou pelo menos 217.000 mortes.

Ainda de acordo com o advogado, ficou claro durante a investigação que os pais entregaram suas crianças ao grupo de maneira voluntária, pois esperavam que teriam um futuro melhor.

Os missionários deixaram a delegacia sem dar declarações. Um dos advogados dos americanos disse à agência Efe que ‘eles podem deixar o país livremente, sem problemas’. No entanto, fontes judiciais duvidaram dessa possibilidade, por se tratar de um caso que ainda está tramitando na justiça.

O grupo, composto por cinco homens e cinco mulheres pertencentes à organização batista ‘Refúgio de Crianças Nova Vida’, foi detido no final de janeiro, quando tentava entrar na República Dominicana em um ônibus com os menores, para, supostamente, oferecer-lhes uma vida melhor, longe do caos de seu país após terremoto de 12 de janeiro.

Segundo o advogado, o grupo estava no Haiti em missão humanitária, e ‘a investigação vai prosseguir para que o juiz interrogue a responsável pelo grupo, Laura Silsby, para saber por que eles estavam no Haiti antes do terremoto’, e assim que os motivos forem esclarecidos, ela e sua colega serão liberadas.

Fonte: Folha Online

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