O número de jovens homo e bissexuais masculinos com HIV no País aumentou 70,5% em dez anos, revela o Boletim Epidemiológico divulgado hoje pelo Ministério da Saúde. Em 1996, homo e bissexuais masculinos representavam 24,1% do total de casos entre 13 e 24 anos.
Em 2006, a proporção saltou para 41,1%. Entre heterossexuais, a proporção também aumentou, mas numa velocidade menor, 51,6%. O documento mostra ainda que, entre jovens de 13 a 19 anos, há hoje mais mulheres infectadas do que homens, diferente de 1985, quando havia 14 casos no grupo masculino para cada caso feminino.
As duas tendências têm em sua origem a dificuldade no acesso a serviços de saúde e resistências culturais. “Meninas sentem-se inibidas em recorrer a postos de coleta de preservativos. O mesmo ocorre com jovens gays, que temem a discriminação”, afirmou coordenadora do Programa Nacional de DST-Aids, Mariangela Simão. No caso de jovens gays, há um problema adicional: esta geração cresceu longe do horror que a doença provocava no início da epidemia. Agora a aids é vista como um problema crônico, o que, em parte, acaba abrindo brechas para que a prevenção seja mais “frouxa”.
Diante da tendência registrada entre bissexuais homens e homossexuais, o Programa Nacional de DST-Aids desenvolveu um conjunto de ações, que deverá ser lançado até o próximo ano. A estratégia tem como principal objetivo reduzir a homofobia entre grupos de jovens e ampliar a consciência sobre a necessidade de proteção. Entre homossexuais e bissexuais de faixas etárias mais altas, o número de casos novos está caindo. Por isso, a média de casos de aids entre homo e bissexuais mantém-se estável.
Fonte; Agência Estado