O Hospital Beneficência Portuguesa de Araraquara (interior paulista) causou polêmica ao restringir ao horário de visitas, de uma hora e meia, o período em que padres e demais religiosos podem dar bênção aos doentes.

Pela norma do hospital, os religiosos precisam ser identificados com crachá e a entrada deve ocorrer “dentro dos horários preestabelecidos”.

Em resposta, os sacerdotes redigiram um manifesto que é lido nas missas desde o último domingo. “Não por nossa culpa ou omissão, ficaremos muitas vezes impossibilitados de oferecer assistência sacramental aos enfermos fora do horário de visitas”, diz trecho da carta.

Nelson da Silva Ramos, representante dos vigários da cidade, tenta convencer a direção do hospital a rever a decisão. “Para nós e para o próprio paciente, o horário de visita é complicada, porque a família está lá, o quarto está cheio”. Para o padre Oswaldo Baldan, não se pode negar assistência espiritual, principalmente em casos graves -como a extrema-unção. “Atendimento espiritual de urgência não tem hora para acontecer”.

O hospital afirma cumprir a lei federal 9.982, de 2000, que diz que os religiosos deverão acatar “as determinações legais e normas internas” de instituições hospitalares ou prisões. Segundo a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), porém, um dos artigos diz que a lei deve ser regulamentada em 90 dias, o que não ocorreu.

Fonte: Folha de São Paulo

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